Dois dos deputados federais capixabas, com domicílio eleitoral na Serra, Sérgio Vidigal (PDT) e Givaldo Vieira (PT), defendem o afastamento do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), após denúncias formalizadas contra o parlamentar pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, junto ao Supremo Tribunal Federal (STF).
Nesta quinta-feira (20), Cunha foi apontado, juntamente com o senador Fernando Collor de Mello (PTB-AL), por suposto envolvimento no esquema de corrupção da Petrobras, investigado por meio da Operação Lava Jato.
O deputado Givaldo Vieira disse que as denúncias são graves e consistentes. “Eduardo Cunha vai começar a responder pela investigação em curso. Partindo deste pressuposto, um chefe de Poder não tem legitimidade e não deve permanecer no cargo. Por isso, vou assinar o manifesto requerendo o afastamento de Cunha da Presidência da Câmara dos Deputados”, adiantou o deputado Givaldo Vieira.
Sérgio Vidigal também defende o afastamento de Cunha, enquanto as investigações estiverem em curso. “Já conversei com o líder de bancada (André Figueiredo-CE) para que façamos o requerimento de afastamento dele (Cunha) da Presidência. Se não for como partido, eu mesmo, junto com outros deputados, assino este requerimento”, disse o pedetista.
Segundo Vidigal, a bancada pedetista se reúne no próximo dia 25 (terça-feira) para definir se atuam em conjunto ou isoladamente.
Denúncia de corrupção
No documento enviado ao STF, Janot pede que ambos os políticos sejam condenados, com a acusação de crimes de corrupção e lavagem de
dinheiro. Segundo a Procuradoria, eles teriam recebido propina em contratos da Petrobras com seus fornecedores. A ex-deputada Solange Almeida (PMDB-RJ) e o ex-ministro Pedro Paulo Leoni Ramos também são alvos da denúncia.
Especificamente contra Eduardo Cunha, a Procuradoria pede que sejam devolvidos U$$ 80 milhões. Agora compete ao STF acatar as denúncias, e os citados passarão a responder como réus.
Em seu site oficial, Eduardo Cunha se disse sereno e garantiu ser inocente de todas as acusações. “Como eu já disse anteriormente, fui escolhido para ser investigado e, agora, ao que parece, estou também sendo escolhido para ser denunciado, e ainda, figurando como o primeiro da lista. Não participei e não participo de qualquer acordão e certamente, com o desenrolar, assistiremos a comprovação da atuação do governo, que já propôs a recondução do procurador, na tentativa de calar e retaliar a minha atuação política”.