Especial: pandemia de coronavírus

14 mil idosos estão com a segunda dose da Coronavac atrasada na Serra

A situação deve se amenizar em alguns dias e o Município pode conseguir quase zerar a fila de idosos com a vacinação em atraso. Foto: Divulgação

A Serra possui aproximadamente 14 mil idosos que estão com a segunda dose (D2) da vacinação contra Covid-19 atrasada. A situação ocorre devido à escassez de vacinas distribuídas pelo Governo Federal aos estados brasileiros, principalmente da Coronavac, que é produzida pelo Instituto Butantan em parceria com laboratório chinês. Neste cenário preocupante, o Município segue utilizando a estratégia de busca ativa para identificar quem são essas pessoas e fazer contato através de ligações.

A situação deve se amenizar em alguns dias e o Município pode conseguir quase zerar a fila de idosos com a vacinação em atraso. Isso porque a cidade recebeu, nesta semana, mais 11 mil vacinas da Coronavac para aplicação da segunda dose. Além disso, já existiam outras quatro mil doses já recebidas pela cidade em envio anterior do Governo do Estado.

As informações foram concedidas ao TEMPO NOVO e de acordo com a Secretaria de Saúde da Serra (Sesa), a cidade recebeu 11.040 doses da vacina Coronavac contra a Covid-19. Mesmo assim, o Município não pretende abrir agendamento on-line. Quem explica como está acontecendo esta busca ativa é a subsecretária de Atenção à Saúde, Karina Daleprani.

De acordo com ela, as Unidades de Saúde estão entrando em contato para agendar o dia e o horário da imunização. Estão sendo priorizadas as pessoas que já estão com o intervalo maior entre a primeira dose.

“Adotamos a estratégia da busca ativa pois as Unidades têm o cadastro com as datas em que as pessoas se vacinaram. A intenção é facilitar a vacinação e evitar as aglomerações e filas desnecessárias”, explicou Karina Daleprani.

A subsecretária ressaltou também que as pessoas não precisam procurar os serviços. “O município possui a lista de quem precisa ser vacinado e assim, entrará em contato conforme a disponibilidades de doses e de quem está com o intervalo maior da primeira dose”.

Apesar desta afirmação, a redação do TEMPO NOVO tem recebido contato de moradores que foram até a unidade de saúde do seu bairro e conseguiram realizar a marcação da aplicação da segunda dose presencialmente.

Em nota enviada à reportagem, o Município afirmou que aqueles que estão com um intervalo muito grande e não forem chamados, podem entrar em contato com os postos de saúde.

Idoso esperava segunda dose há 54 dias

Hélio Sérgio Bodart de Oliveira, de 74 anos, é um dos 14 mil moradores da Serra que sofreu com atraso na vacinação contra o coronavírus. Seu problema foi solucionado após denúncia do TEMPO NOVO feita à Prefeitura da Serra. Ele esperava há 54 dias para completar sua imunização, mas conseguiu ser agendando, por telefone, para que recebesse a vacina nesta quarta-feira (19).

Além dele, sua esposa, Lea Lopes de Oliveira, de 66 anos, também está com a D2 em atraso. A filha do casal, Ingrid Lopes de Oliveira, foi quem contou sobre a situação para a reportagem. De acordo com ela, seus pais são diabéticos e hipertensos. “Estou muito preocupada, pois são idosos, hipertensos e com diabetes”, afirmou a moradora de Mata da Serra. Lea Lopes ainda não foi convocada para se vacinar.

Atraso traz preocupação

Esse atraso traz preocupação para especialistas e também para os próprios moradores que dependem da proteção. O Instituto Butantan recomenda que a segunda dose da CoronaVac seja  aplicada em um período entre 14 e 28 dias após a primeira. Após este período, as pessoas podem se imunizar mesmo assim, mas enquanto esperam continuam correndo risco de contrair a forma grave da Covid-19.

No âmbito nacional, as ações do governo de Jair Bolsonaro (sem partido) causam revoltas entre a comunidade científica e no meio político. O presidente é acusado de omissão e negacionismo, principalmente por desacreditar e negar compra de vacinas ainda no ano passado. Neste momento, o Brasil vive uma de suas piores fases da pandemia e ainda enfrenta falta de coordenação na distribuição de doses das vacinas, além da escassez dos produtos.

Redação Jornal Tempo Novo

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