Um rio de águas salgadas e mornas onde milhares de tartarugas entram para se alimentar, já que a temperatura mais alta gera a proliferação acelerada de algas, comida do simpático réptil do mar. Assim é o canal de efluentes industriais tratados da ArcelorMittal Tubarão na Serra.
Há 15 anos os bichos são monitorados pelo projeto Tamar. Segundo a assessoria de imprensa da Arcelor, neste período foram capturados e marcados 3.576 animais. Todos eles passaram a ser monitorados.
Dentre os aspectos monitorados estão o crescimento, padrões migratórios, perfil hematológico (sangue) e condição de saúde. De acordo com a assessoria da Arcelor, os animais apresentaram bom estado de saúde e nutrição, o que atestaria a qualidade do tratamento do efluente.
De acordo com o gerente de Meio Ambiente da siderúrgica, João Bosco da Silva, a empresa retira pouco mais de 13 mil litros por segundo de água do mar. Esse aguaceiro todo é descartado no canal onde aparecem as tartarugas, após o líquido ser usado em processos de resfriamento.
Segundo o gerente, a água é devolvida ao mar cerca de 5ºC mais quente do que o normal.
Além do uso intensivo do mar, a Arcelor é indústria a que mais consome água doce na Grande Vitória. São cerca de 1 mil litros por segundo. Mas, por conta da seca, desde fevereiro a Cesan só repassa 600 litros por segundo para a empresa.
A Arcelor é usuária do rio Santa Maria da Vitória, que também atende outra gigante, a vizinha Vale. O Santa Maria ainda é responsável por abastecer toda a Serra, a zona norte de Vitória, parte de Cariacica e o balneário de Praia Grande em Fundão.