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Cão em Foco
Iris Melo dos Santos Cunha Bacharel em Medicina Veterinária pela Faculdade Brasileira Multivix Pós Graduada em Patologia Clínica pela Faculdade Qualittas Médica Veterinária responsável pelo setor de internação

Raiva canina: a ameaça mortal e a importância da vacinação

A raiva canina tem como principal vetor os animais infectados, como cães, morcegos, raposas e outros mamíferos. A vacinação é fundamental para erradicaçãoda doença. Crédito: Agência Brasil

A raiva canina é uma doença viral grave e potencialmente fatal, que afeta o sistema nervoso central dos cães e pode ser transmitida para os seres humanos. Embora a raiva tenha sido amplamente controlada em muitas partes do mundo devido à vacinação em massa de animais, ela continua a ser um problema de saúde pública em algumas regiões, especialmente em países em desenvolvimento. A doença é causada pelo vírus da raiva, que pertence ao gênero Lyssavirus, e tem como principal vetor os animais infectados, como cães, morcegos, raposas e outros mamíferos.

O ciclo de transmissão

A raiva é transmitida principalmente pela saliva dos animais infectados. A forma mais comum de contágio ocorre através da mordida de um animal infectado, que introduz o vírus diretamente na corrente sanguínea da vítima. O vírus pode ser transmitido também se houver contato com mucosas ou feridas abertas com a saliva do animal doente.

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Após a mordida, o vírus viaja através do sistema nervoso periférico até o cérebro, onde começa a se replicar. O tempo de incubação pode variar, mas geralmente leva de duas semanas a dois meses para que os sintomas se manifestem, dependendo de fatores como a localização da mordida e a quantidade de vírus transmitido.

Sintomas

Os sintomas da raiva canina são geralmente divididos em duas fases, sendo a progressão muito rápida uma característica dessa doença. Eles começam a se manifestar após o período de incubação e incluem:

  1. Fase Prodômica (inicial):
  2. Comportamento anormal: O cão pode se tornar mais agressivo ou, pelo contrário, mais apático.
  3. Febre e mudanças no apetite: O animal pode começar a rejeitar comida e mostrar sinais de mal-estar.
  4. Alterações nas mucosas: Olhos vidrados e secreções nasais ou salivação excessiva.
  5. Paralisia leve: Alguns cães podem começar a mostrar fraqueza nas patas ou dificuldades de coordenação motora.

Fase Excitatória (avançada):

  • Comportamento extremamente agressivo: O cão se torna mais hostil, podendo atacar outros animais ou pessoas sem provocação.
  • Paralisia progressiva: À medida que o vírus afeta o cérebro e a medula espinhal, o animal pode começar a apresentar dificuldades respiratórias e paralisia, principalmente da mandíbula (dificuldade para engolir), das patas e outros músculos.
  • Convulsões: A doença pode causar espasmos e convulsões intensas.
  • Morte: A morte ocorre, em geral, de 7 a 10 dias após a manifestação dos sintomas, geralmente por insuficiência respiratória ou paralisia total.

Diagnóstico

O diagnóstico de raiva canina é realizado por meio de exames laboratoriais específicos. O exame mais comum é o teste de fluorescência indireta (IFA), que detecta o vírus em amostras de tecido cerebral. No entanto, a confirmação da doença só pode ser feita após a morte do animal, o que torna a raiva um grande desafio no manejo clínico. A suspeita de raiva geralmente é levantada com base no histórico de mordidas, comportamento agressivo do animal e sintomas típicos.

Tratamento

Não existe tratamento eficaz contra a raiva uma vez que os sintomas tenham se manifestado. A raiva é praticamente sempre fatal após o início dos sinais clínicos. Por essa razão, o foco está na prevenção, principalmente por meio da vacinação dos cães, que é a medida mais eficaz para proteger tanto os animais quanto os seres humanos da infecção.

Prevenção: a chave para o controle da doença

A melhor forma de prevenção da raiva canina é a vacinação. A vacina antirrábica é segura, eficaz e disponível em postos de saúde veterinária em todo o Brasil. A vacinação é obrigatória em muitos países e estados, com campanhas de imunização sendo realizadas periodicamente para garantir que a população de cães esteja protegida. Em geral, os cães devem ser vacinados a partir dos 3 meses de idade, com reforço anual ou bienal, dependendo das orientações locais.

Além da vacinação, outras medidas podem ser tomadas para reduzir o risco de transmissão da raiva:

  • Controle de animais errantes: Cães sem dono ou não vacinados devem ser controlados para evitar que se tornem transmissores do vírus.
  • Afastamento de animais silvestres: Em áreas onde há risco de contato com morcegos ou outros animais selvagens, é importante manter os cães dentro de casa, especialmente durante a noite.
  • Monitoramento de mordeduras: Se um cão for mordido por outro animal (principalmente selvagens ou desconhecidos), é essencial procurar atendimento veterinário imediato e, se necessário, proceder com a vacina antirrábica.

Importância da conscientização

A raiva é uma doença zoonótica, o que significa que pode ser transmitida de animais para seres humanos. Para os humanos, o risco de infecção é maior em áreas onde a doença não está completamente controlada, e a transmissão ocorre principalmente por meio de mordidas de cães infectados. A raiva humana, se não tratada, também é fatal. Por isso, a vacinação de cães é fundamental não apenas para a saúde animal, mas também para a segurança das pessoas.

Conclusão

A raiva canina é uma doença mortal, mas totalmente evitável por meio da vacinação. Apesar dos avanços no controle, ela ainda representa um risco de saúde pública em algumas regiões do Brasil. A responsabilidade dos tutores na vacinação regular de seus cães, além de medidas de controle ambiental e cuidados com a exposição a animais errantes e silvestres, é essencial para erradicar essa doença.

A prevenção, mais uma vez, se mostra a melhor solução. Por meio da vacinação em massa e da conscientização, podemos proteger os cães e, consequentemente, a saúde humana contra a raiva, uma doença que, infelizmente, ainda causa sofrimento e perda de vidas.

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