
Vereadores da Serra voltam a esquentar sessão da Câmara com questionamentos sobre o modelo de atendimento do Pronto-Socorro do Hospital Estadual Dr. Jayme Santos Neves. Segundo os parlamentares, durante o último fim de semana, um morador de Nova Almeida, identificado como Melvin, de 27 anos, teria procurado atendimento de urgência no hospital. No local, teria sido informado de que o Jayme não recebe pacientes sem encaminhamento. Diante disso, ele se dirigiu à UPA de Castelândia, onde acabou falecendo.
De acordo com os vereadores, Melvin deixou uma filha de dois anos. O caso reacendeu o debate sobre a necessidade de o Pronto-Socorro do Jayme voltar a operar nos moldes anteriores à pandemia de Covid-19, quando o atendimento era aberto ao público. A partir de 2020, com a chegada da pandemia, o hospital passou a atender exclusivamente casos relacionados ao coronavírus. Mesmo após a normalização do sistema de saúde, o Jayme manteve o modelo de atendimento restrito, recebendo apenas pacientes encaminhados pela regulação da Secretaria Estadual de Saúde.
Há alguns anos, o jornal Tempo Novo encampou essa pauta e, na ocasião, foi informado que, na visão da Secretaria de Saúde, o modelo de “porta fechada” seria mais eficiente para o tratamento dos pacientes. A justificativa apresentada foi de que reabrir o pronto-socorro ao público poderia gerar tumulto e comprometer a qualidade do serviço prestado. Segundo relatos dos vereadores, esse mesmo argumento voltou a ser apresentado recentemente — embora muitos parlamentares discordem dessa avaliação.
Durante a sessão, foi sugerida a criação de um grupo de trabalho para tratar do tema diretamente com o Governo do Estado. Os parlamentares defenderam que os 23 vereadores da Câmara se reúnam com o secretário estadual de Saúde. Entre os que questionaram o atual modelo de atendimento estavam Antonio C&A, Wellington Alemão, Rafael Estrela do Mar, Renato Ribeiro, Henrique Lima e Jefinho do Balneário.
Eles solicitaram que a direção do hospital reavalie a política atual de acesso ao pronto-socorro, propondo a retomada do atendimento direto ao público, sem necessidade de regulação prévia. Segundo os vereadores, a medida ajudaria a desafogar as UPAs da Serra, atualmente os únicos equipamentos de atendimento emergencial de porta aberta no município.
Os parlamentares também cobraram maior articulação por parte dos deputados estaduais da cidade, em especial do deputado Pablo Muribeca, que integra a Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa.