Por Kleber Galveas
Mais uma vez o povo paga pela incompetência dos nossos políticos. Se Paulo Hartung, que foi governador duas vezes, fosse um bom administrador ou, pelo menos fosse primário em planejamento estratégico, o problema hídrico não se apresentaria tão grave.
No passado, andando pelo ES, víamos taboas ou juncos (Typha domingensis) por todo lugar. Essa espécie vegetal, típica dos brejos, quase universal no ES, passou a ser raridade por aqui. Extinguimos os nossos brejos, que retinham a água e alimentavam nascentes. O governo provinciano rasgou as várzeas e desidratou a nossa terra.
Ao invés de incentivar, tornou, através do IEMA (Instituto Estadual de Meio Ambiente), quase impossível que nossos agricultores fizessem açudes em suas propriedades, o que minimizaria a extinção dos brejos.
Hoje a chuva cai, corre para os drenos e rapidinho chega ao mar. A evapotranspiração do nosso solo foi drasticamente reduzida.
A siderurgia consome diretamente uma quantidade enorme de água e, indiretamente, nós desperdiçamos grande volume para limpar a poluição que despejam sobre nós. Em 2008, quando já existia consenso da impropriedade da atividade siderúrgica na Ponta de Tubarão, PH aprovou a Usina 8 da Vale, que sozinha é quase do tamanho das 7 usinas que já existiam somadas. A Usina 8 entrando em funcionamento em 2014, a poluição e sangria das nossas águas passou a ser melhor percebida pela população.
Não culpem o céu, nem Júpiter ou Netuno. Votem conscientes.
Kleber Galvêas é pintor e ativista ambiental e cultural.