“A Câmara vai devolver R$ 2,3 milhões ao município”

Por Bruno Lyra
Concluindo o primeiro ano à frente da Câmara da Serra, a vereadora Neidia Maura Pimentel (PSD) faz um balanço de sua gestão e das atividades da casa. Avalia o cenário político e arrisca prognósticos do que deve acontecer na cidade em 2016, onde a eleição municipal promete ser bastante disputada. Confira.

Das medidas que adotou como presidente da Câmara, quais a senhora destaca?
Economizamos e vamos devolver R$ 2,3 milhões à Prefeitura de um orçamento de R$ 31 mil. Um milhão em crédito orçamentário, sendo R$ 500 mil para combate à violência contra mulher e R$ 500 mil para compra de medicamentos. O restante será em dinheiro. Fizemos um auditório de 135 lugares que poderá ser usado pela comunidade, para peças de teatro, além de mutirões judiciais do Fórum. Investimos em segurança da informação e adquirimos 50 novos computadores ajudar as atividades de fiscalização do vereador.

Como foi possível reduzir custos?
Reduzimos a máquina da Casa. Pegamos mão de obra terceirizada e a adequamos a um modelo de gestão mais eficiente. Melhoramos o setor de compras. Suspendemos contratos caros e trocamos por mais baratos. Reduzimos o pessoal de limpeza em 50% e o administrativo em 30%. Implantamos o ponto biométrico, onde foi assinado Termo de Ajustamento de Conduta com o Ministério Público para que sete dos 15 assessores de cada vereador bata o ponto.

Quando serão chamados os aprovados no concurso público da casa?
Finalizamos o processo este mês. Serão 20 pessoas contratadas para cargo efetivo. A partir de janeiro começamos as nomeações e estamos trabalhando no plano de cargos e salários.

Por que a senhora cancelou o contrato dos carros para vereadores e os 200 litros mensais de gasolina?

No primeiro momento vi que aquele contrato não era a realidade. A população merece esse respeito e agente tinha de fazer isso. Não está nos nossos planos voltar com contrato de carros e gasolina para vereador.

Qual balanço das leis aprovadas em 2015?

Os projetos chegaram à casa e foi obedecido uma ordem, respeitados os trâmites de todas as comissões. Por isso avançaram de forma democrática e bem dinâmica sem dificuldade. Os vereadores fizeram projetos importantes e nenhum desses projetos ficou parado.

As emendas indicadas pelos vereadores em 2015 foram cumpridas?

Eu vou falar de mim. Nunca o executivo atendeu uma só emenda dessa vereadora. Então as emendas não são atendidas. Se tiver aqui na casa 3 ou 4 vereadores que as emendas foram atendidas é muito. Estamos fazendo uma nova emenda para 2016 no valor de R$ 300 mil para cada vereador, mas sem esperança de que vá sair algo.
Recentemente a Assembleia Legislativa criou 26 cargos comissionados. O que a senhora acha da medida?

Não sei como é o dia a dia da Assembleia e as necessidades dos deputados. Por isso não posso falar sobre tal fato.

2016 é ano eleitoral. Acha que terá muita renovação na Câmara?

A mudança sempre acontece. Mas o vereador que tiver no dia a dia junto à população deve permanecer. Eu estou no terceiro mandato e se acharem que posso voltar, será uma honra.

Quando a senhora concorreu a presidência não teve apoio do executivo. Mas ao longo do ano houve um bom diálogo com o prefeito. Como foi possível a aproximação?
Foi fruto de um amadurecimento. Ganhamos nove ações judiciais legitimando nossa eleição. Isso prova que foi respeitado o princípio da legalidade. Essa aproximação (com o executivo) é de interesse pela população e deu certo por isso. Foi em prol do projeto de tocar a cidade, que deveria ser discutido. Nada além disso.

Há alguns meses a senhora disse que é pré-candidata à prefeitura da Serra…

Sou candidata a Prefeita do município da Serra. E nosso partido tem me dado essa liberdade, é um desafio, mas acho que a cidade anseia e precisa também de uma mudança, sou muita agradecida a Deus por ter me trazido até aqui. Estou quebrando paradigmas como primeira presidente mulher desta casa. O partido me dá essa abertura e meu nome está posto.

Os reflexos da polarização Audifax x Vidigal, pode dificultar o comando da Câmara?

Não, porque vou trabalhar no mesmo formato que iniciei, com harmonia e independência. São dois poderes, tenho todo respeito pelo prefeito. Se temos dois nomes disputando (Audifax e Vidigal), por que não podemos ter três ou quatro? A população tem direito a mais escolhas para a prefeitura em 2016. Então meu nome vem sim.

Como a senhora avalia os três anos da administração Audifax?

A verdadeira gestão se revela no momento de dificuldade. E o prefeito, não ouve mudança, a população merecia mais e queria muito mais. Criou-se uma expectativa de muita mudança e isso não aconteceu. E a população quer uma reposta imediata.

E este 1º ano do 3º mandato do governador Paulo Hartung?

É uma gestão séria e de responsabilidade com o estado. Ele (Hartung) está realmente fazendo o dever de casa e mostrando a realidade. Tenho certeza que vai avançar muito mais. O governador está comprometido com o povo.

E com a Dilma, o impeachment é a melhor solução hoje?

Não votei na Dilma. A gente está vendo um cenário que nunca vimos no Brasil. Acredito que isso (o impeachment) vá acontecer, até por que a voz maior é a voz do povo.
Como conciliar a tarefa de ser mãe, mulher e presidente desta Câmara?

É muito difícil. Devo isso ao meu esposo Paulo, aos meus filhos, Vinícius, Lara Milena e Lazaro. Deus e minha família são meus pilares principais. Gostaria de também de reverenciar um amigo, o Flávio, que me ajuda e dá essa sustentação a meu projeto nesta casa.