Por Arthur Ferreira
Atualmente temos visto a ascensão de governantes de direita pelo mundo. As atuais eleições nos EUA, o governo conversador inglês, a eleição de Macri na Argentina e outros resultados eleitorais mundo afora dão a entender que a esquerda passa por uma crise e a direita tem se aproveitado disso. E essa crise tem se refletido no Brasil com a queda livre do PT e a ascensão do heterogêneo, mas majoritariamente de direita, PMDB.
O problema da esquerda brasileira será confirmado ou não, com as eleições municipais de 2016. Mas, no cenário atual, grandes capitais como São Paulo e Rio de Janeiro já dão sinais de que o problema alcança também o âmbito municipal.
A política espírito-santense, ao menos no que se refere às cidades metropolitanas, segue o fluxo. As pesquisas apontam que em Vitória, Vila Velha e Cariacica os candidatos dos partidos de direita têm levado a melhor, principalmente após a saída de Helder Salomão do pleito cariaciquense.
E na Serra? Bem, a Serra segue o caminho inverso, ou melhor, parece conservar sua tradição de centro-esquerda. Dos quatro pré-candidatos serranos, apenas Vandinho (PSDB) aparece como uma opção mais à direita na política serrana, enquanto Bruno Lamas (PSB), Givaldo Vieira (PT), Vidigal (PDT), Audifax (REDE) são membros de partidos considerados de esquerda/centro-esquerda.
Tradição antiga da Serra, o município parece ir contra a corrente na política, onde a direita ganha terreno e a esquerda, abalada por escândalos midiáticos, perde cada vez mais espaço.
Arthur Ferreira é especialista em História Afro-Brasileira