Yuri Scardini
Diferente de algumas cidades da Grande Vitória que sofreram com alagamentos, transbordamentos, prejuízos no comércio e pessoas desabrigadas, a Serra não registrou grandes incidentes decorrentes das chuvas dos últimos dias. Segundo o prefeito Audifax Barcelos (Rede), o município se preparou para esta época e, entre 2014 e abril de 2018, foram investidos cerca de R$ 31,5 milhões em obras nesse sentido.
De acordo com os dados do Cemaden (Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais), na última segunda-feira (16), foi contabilizado um volume de 170 mm de chuva na Serra. Foi o segundo município com maior precipitação no estado, ficando atrás apenas de Vitória (173 mm).
O prefeito afirma que houve intervenções em vários bairros, com obras de drenagem e pavimentação nas ruas mais problemáticas, e espera a liberação de um empréstimo no valor de R$ 230 milhões junto à Caixa Econômica para novos investimentos de infraestrutura, saneamento e pavimentação.
“Nos preparamos para esse momento. A Serra sofreu muito com as chuvas de 2013 e 2014. Temos uma população muito carente, são 100 mil pessoas na linha da pobreza e priorizamos obras no sentido de dar segurança a essas pessoas. Graças a Deus, conseguimos concluir o cronograma e não sofremos tanto com esse período de chuvas fortes”.
Entre as principais ações, Audifax destaca a dragagem do rio Jacaraípe, um investimento de R$ 10,5 milhões. “Fizemos uma recuperação hidráulica da bacia do rio Jacaraípe e desassoreamos as galerias. A população ribeirinha sofreu demais com as chuvas fortes em anos anteriores. Por isso, priorizamos essa obra. Podemos dizer que passou no teste, pois 170 mm é muita água”, avaliou o prefeito.
Audifax elenca, também, a obra na chamada “garganta do diabo”, em José de Anchieta II. “Demanda antiga daquela comunidade. Obra complexa por se tratar de uma encosta grande e íngreme. Investimos R$ 1,3 milhão para melhorias no local. Quando chovia, existia um risco grande de desabamento, além de alagar toda a baixada do bairro. Tem ainda a encosta em Planalto Serrano, importante também para a Serra. Investimos nessa obra R$ 1,9 milhão”.
Na última segunda (16), dia de maior volume de chuva registrado, a Defesa Civil da Serra recebeu 45 chamados relacionados a riscos de alagamentos, quedas de árvores e infiltrações. Não houve desabrigados. Algumas unidades de ensino chegaram a ser fechadas, mas na própria terça (17) já estavam funcionando normalmente.