O médico Gustavo Peixoto fincou o pé na corrida eleitoral para prefeito da Serra. Sua família tem uma ligação de sangue com o município: filho de Antônio Peixoto Miguel, vice-prefeito da Serra na Gestão Aldari Nunes, no final dos anos de 1970; e neto de Antônio Borges Miguel, prefeito da Serra em 1934. Nesta entrevista, ele defende uma ‘solução’ de centro na polarização entre Audifax e Vidigal: “uma terceira (…) que seja focada no crescimento econômico, mas buscando justiça social”, disse. Além disso, ele critica a política do governador Renato Casagrande de criar uma estatal na área da Saúde, defende parceria para custear o Hospital Materno Infantil e avalia positivamente o governo de Bolsonaro.
Você é o líder do Pros na Serra. O que o partido pode oferecer de novo para o município em termos de propostas de projetos?
O município sempre teve uma polarização entre dois grupos já conhecida, e o Brasil todo está polarizado demais. A gente vem buscar um equilíbrio, uma terceira via que seja de centro e que seja muito focada no crescimento econômico, mas buscando justiça social, igualdade e inclusão.
Sua pré-candidatura já foi anunciada, mas você tem uma relação próxima com outras siglas que também têm pré-candidatos. Qual é o rumo mais provável para o Pros em 2020?
O Pros tem alinhamento forte com o PL, o PRB e o PSDB justamente por ser um partido de centro que crê na liberdade econômica com justiça social. Nós estaremos buscando um projeto para uma Serra que cresça, e o nome de quem vai ser o prefeito é a população quem vai escolher. Mas esse projeto será construído com a mescla de boas ideias de vários partidos.
A família Peixoto tem histórico político na Serra, mas atualmente você reside em Vila Velha. Tem planos de se mudar para o município?
A gente sempre está na Serra, principalmente na Sede, onde tem as casas dos parentes, e em Nova Almeida, onde passei toda a minha infância. Óbvio que se realmente a candidatura for apoiada pelo meu partido, nós vamos ter um domicílio na Serra. O meu domicílio eleitoral é na Serra e sempre foi, embora essa questão de limite territorial faça parte do passado. Nós estamos num mundo globalizado, e a Grande Vitória toda emendou. Não existe mais essa divisão. A diferença entre morar em Eurico Sales e Jardim Camburi é nula. Mas sim, teremos uma base aí na Serra.
Você advém da atividade médica e trabalhou no Hospital Jayme. A Saúde na Serra é um dos gargalos sociais. O que fazer para melhorar o serviço?
Em todo o Brasil… O SUS funciona muito bem na parte base, de prevenção: vigilância sanitária, vacinação, atenção médica, Programa do Médico da Família etc. E a alta complexidade também é bem contemplada. Programa de transplante, tratamento de Aids. Agora, a atenção secundária é o grande problema. A pessoa vai ao médico e é diagnosticada, por exemplo, uma pedra na vesícula; mas depois não consegue a cirurgia e só vai ser operado em situação de urgência. Nós temos como reduzir esse problema; basta nós termos mais gestão sobre a Saúde e termos parcerias, inclusive parcerias público-privadas.
Qual a sua visão sobre esse projeto do governador Renato Casagrande de criar uma estatal para gerenciar hospitais no ES?
Sou absolutamente contra. As estatais no Brasil sempre foram um local de má gestão, de desperdício e de capacidade ociosa; inclusive, algumas estatais foram fontes de grande corrupção. Nós temos muito mais estatais do que precisaríamos. Fazer uma estatal nova é seguir o contrafluxo da economia moderna, para onde nós deveríamos estar indo.
Como viabilizar o custeio do Hospital Materno Infantil, que será em torno de R$ 10 milhões/mês?
Essa obra é um marco para o nosso município, mas será um desafio. Parcerias serão essenciais para o bom funcionamento do hospital, que terá 150 leitos. Em média, gasta-se R$ 1 milhão por leito a cada ano. Então, serão 150 milhões por ano, aproximadamente. Teremos que mostrar para os parceiros, Estado e União, a importância do hospital para a cidade mais populosa do ES.
Você emergiu para o ativismo político por meio do ‘Vem Pra Rua’, que atuou pelo impeachment da ex-presidente Dilma. Como líder político, qual a sua avaliação sobre o governo atual de Bolsonaro?
Apesar das polêmicas que Bolsonaro gera, considero um ótimo governo. Eu sempre me dediquei à medicina, mas nos indignamos com a situação que nosso país estava vivendo e fomos para a ação, participar do impeachment, de combate à impunidade, apoio às dez medidas anticorrupção, e isso culminou com minha candidatura em 2018. Sobre o Governo, tem tomado medidas acertadas: a Reforma da Previdência, o plano de privatizações e a redução de assassinatos. Nós vemos ainda o ministro Tarcísio [Freitas], da Infraestrutura, caminhando a passos largos com a malha viária do nosso país. Vemos o ministro Mandetta [Saúde] caminhando bem. Eu vejo esse governo como de técnicos, pessoas que buscam um Estado eficiente e um retorno adequado dos recursos dos nossos impostos para bem servir a população.
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