As pessoas podem pensar que por ter acabado uma eleição há pouco e a outra ainda estar longe não se fala no assunto. Ledo engano! A eleição municipal de 2016 já é pensada e mastigada em todas as searas políticas, inclusive no Palácio Anchieta. E a de 2018 (governador e senador) também já é ventilada de forma muito sutil em vários cantos por aí afora.
O grande desafio político do governador Paulo Hartung é conciliar os interesses eleitorais de partidos e líderes políticos que são seus aliados nesse momento. Há muitos interesses e poucas oportunidades, principalmente se pensar que no Espírito Santo inteiro, há somente 11 prefeituras com potencial grande e médio, para as quais se voltam os olhos partidários.
Essas prefeituras são: Vitória, Serra, Vila Velha, Cariacica, Viana, Cachoeiro de Itapemirim, Guarapari, Colatina, Linhares, São Mateus e Aracruz. Das outras 67 prefeituras, se um partido tiver condições de ganhar é bom, mas essas 11 são as que realmente dão visibilidade e importância política e partidária.
As informações que vêm do Palácio Anchieta, por exemplo, são de que o governador Paulo Hartung (PMDB) pinça cada palavra que fala, pensa minuciosamente cada opinião e encaminha as mesmas nas direções desejadas.
O tratamento que ele dispensa ao ex-prefeito da Serra e deputado federal eleito, Sérgio Vidigal (PDT), é o mais carinhoso possível, chama-o de ‘governador’, em uma alusão de que Vidigal possa vir a ser o futuro governador e mais, chega ao ponto dele mesmo abrir a porta de seu gabinete para Vidigal entrar. Contudo, segundo as fontes palacianas, Vidigal se mantém rigorosamente na sua condição de deputado federal.
Com relação à Serra, segundo a fonte, os poucos sinais que o governador emite, são de que ele pode evitar um embate entre Audifax (PSB) e Vidigal e deve dissuadir o PT a não entrar nessa briga, deixando os dois fazerem o acordo que tiverem que fazer, para que tudo ocorra bem em 2018.
Fórmulas diferentes em contextos distintos
Em Linhares, por exemplo, essa mesma fonte deu a entender que por ser Guerino Zanon, do PMDB, seu partido e Nizinho Correa ou Luiz Durão, do PDT de Vidigal, o governador poderá cruzar os braços e deixar a eleição seguir o curso normal. Em Cariacica, o que tem sido observado, é o governador tentando convencer o deputado federal eleito, Helder Salomão (PT) a não disputar a eleição, deixando o caminho livre para a reeleição de Juninho (PPS), que deverá mudar de partido.
Segundo a fonte, o governador tenta convencer Helder que ele é o sucessor natural de João Coser no PT. É a pessoa mais encorpada para se tornar o líder da sigla no Estado e ser inclusive o próximo candidato ao Governo pelo partido.
Em Vila Velha o interlocutor disse que ainda não percebeu o pensamento do governador Paulo Hartung. Mas garantiu que não há planos para o também deputado federal eleito Max Filho (PSDB).
Nem em Vitória a fonte captou sinais do que pensa o governador Hartung; entretanto tem observado no secretário de Desenvolvimento Urbano, João Coser (PT) o desejo de voltar a disputar a eleição da Capital.
Lances caseiros
Vandinho Leite (PSB) tem aproveitado o pouco tempo que lhe resta como deputado estadual com incursões visando a sua filiação no PSDB. A tentativa tem esbarrado na desconfiança de caciques tucanos. Vandinho já esteve no grupo de Hartung; pulou para Casagrande e agora quer retornar. Esse vai e vem não inspira confiança, daí as resistências.
Foi detectado também um movimento em favor da filiação do secretário municipal de Desenvolvimento Urbano, Silas Maza, ao PMDB. Ocorreu uma conversa envolvendo o próprio Silas, o procurador geral da Serra, Vitor Silvares e o vereador Luiz Carlos Moreira, que é o presidente do Diretório Municipal do partido. A conversa está em compasso de espera.