Thiago Albuquerque
Mesmo após o Carnaval as praias continuam recebendo muitos banhistas, afinal, o verão só termina em 21 de março e até lá o calorão é presença certa nos dias ensolarados. Na água, muitos se divertem com o famoso ‘jacarezinho’, prática de pegar onda sem uso de pranchas.
Também conhecido como surf de peito, é praticado por gente de diferentes idades. E nem é preciso tanta experiência assim, basta uma boa onda e disposição para bater os braços e pernas.
É o que faz Rodolfo Vasconcelos, 25 anos, na praia de Manguinhos. Ele conta que pega jacarezinho desde a infância. “Pego onde há 15 anos, foi meu pai que me ensinou. Quanto maior e mais no fundo a ondulação, mais tempo você consegue deslizar nela”, explica.
E a prática virou tradição na família de Rodolfo, que já está ensinando seu filho Enzo, de cinco anos a descer nas ondas. “Meu menino adora pegar jacarezinho, e Manguinhos é o canal onde eu o levo, é mais calmo com ondas menores, ele se amarra. Já ofereci uma prancha de bodyboard uma vez, e ele recusou, quer ficar no jacarezinho”, conta.
Se para quem mora na Serra ou outras cidades litorâneas brincar de deslizar nas ondas é uma delícia, imagine para quem vive longe do mar e só o vê de vez em quando. Caso de Ana Laura, moradora de Ipatinga – MG, que passou uma semana de férias nas praias da Serra. “Como não consigo surfar de prancha pelo fato de morar longe do mar e não ter alternativas para praticar, o jacarezinho é o jeito para ter a sensação de pegar uma onda quando venho à praia. Não preciso de equipamentos e é bem divertido. Fora os caldos que tomo”, brinca a mineira.