Yuri Scardini
Essa semana o Tempo Novo entrevistou o deputado Jamir Malini (PP). Com fortes vínculos com a Serra, especialmente a região da Sede, Jamir defende um novo ciclo de crescimento para o município, acredita que o próximo Governo terá a “obrigação” de investir na Serra e faz um resumo das suas ações de mandato.
[TN] O senhor assumiu em 2017, teve dois anos a menos que outros candidatos com mandato. Isso pode te atrapalhar?
[Jamir Malini] Deus me deu essa nova oportunidade e busquei fazer o meu trabalho da melhor forma possível. De domingo a domingo, acordando cedo e dormindo tarde, é assim que qualquer deputado tem que trabalhar. Tanto é que durante o meu lançamento de campanha, o governador Paulo Hartung (MDB) divulgou um vídeo onde ele afirmava que eu estava completando dois anos de mandato; mas ‘quando você olha o trabalho realizado parece que ele esteve com a gente há quatro anos de mandato’. Então isso mostra que a gente esteve no caminho certo. Não são dois anos a mais ou a menos que vão influenciar a minha história de vida pública e de trabalho pela Serra e pelo Estado.
A Serra é dos seus redutos, hoje o cenário é de fragmentação eleitoral com muitos candidatos. Como o senhor avalia esse cenário?
Desde o processo de redemocratização brasileira, a população nunca se preocupou tanto com política como agora. E isso é muito bom, pois acredito que os brasileiros vão ser muito criteriosos na hora do voto. Portanto, sem desmerecer ninguém, isso é bom para mim. Pois o que nos conseguimos realizar está aí.
Pode citar algumas ações?
Procurei agir como um elo de ligação entre as demandas da população junto ao Estado, num momento de crise econômica e desemprego. Busquei soluções alternativas, fui até Brasília e articulamos uma operação de crédito junto a Caixa de R$ 100 milhões para a Prefeitura da Serra realizar obras nos bairros, que traz qualidade de vida, gera empregos e renda. Consegui trazer a 2ºCia de polícia para Laranjeiras com mais 70 policiais. Escola Viva em Planalto Serrano, R$ 8.5 milhões para drenagem e pavimentação em Nova Almeida, ciclovia na Audifax Barcelos. Apoiei projetos sociais como o ‘Campeões do futuro’ em Nova Carapina e Vista da Serra, que oferece esporte gratuito para crianças, por exemplo…
Podemos observar que durante esse mandato, você buscou outros municípios. Foi uma estratégia visando à eleição?
Meu coração e meu lar é a Serra, mas há muita carência nos rincões capixabas. E não posso me dar ao luxo em olhar somente uma cidade. Quem pensa assim acaba sendo um fardo para o Estado. Percorri quase todo o ES, e pude ver como que o campo precisa de suporte. É de lá que vem nossa comida. Destinei muitas emendas para compra de equipamentos, para apoiar a produção rural que chega até nossas geladeiras. Na perspectiva da Serra, um caminhão agrícola pode parecer pouco, mas para uma comunidade pequena, é uma salvação. Não é estratégia eleitoral, é meu dever de casa para com os capixabas.
Há muitas obras de responsabilidade do Estado paralisadas na Serra. O que é possível fazer em relação a isso?
Veja, o governo de Paulo Hartung foi muito responsável com a gestão do dinheiro público. É só ver a diferença com os estado vizinhos. E isso teve um custo: pisar o pé no freio dos gastos. Portanto, acredito que o próximo governador irá ter condições muito propícias para tocar essas obras, e se tudo der certo, eu estarei lá para defender esses recursos para a Serra. É uma obrigação do próximo governador tocar as obras paradas na Serra, vai ter dinheiro para isso, e a cidade merece, uma vez que ela puxa na frente a economia capixaba.
O que esperar para a Serra nesse próximo Governo?
Independente de quem ganhar a eleição, a Serra precisa estabelecer um novo ciclo de crescimento. O último foi em 1983 com a vinda da ArcelorMittal. Portanto, vai precisar de apoio do Estado. Tanto para dar suporte a políticas de turismo, seja litorâneo ou de montanha, com o Mestre Álvaro, e dando sequência a vocação industrial com o Contorno do Mestre Álvaro e logística com projetos estruturantes, como ferrovias para escoar mercadorias ou mesmo o antigo projeto de um aeroporto internacional, com dinheiro privado, vindo de investidores até internacionais, com o Estado agindo como um fomentador de negócios, para escoar a produção do agronegócio no centro-oeste brasileiro e atender melhor a mercados como o da China. De qualquer forma, a cidade tem que estar no roteiro de qualquer governador, pois é a maior população, a com mais demanda social e a que mais tem potencial de crescimento.
Qual é a sua posição no que se refere ao campo político da Serra?
Veja, algumas pessoas me perguntam isso, mas a Serra é muito maior que a dualidade de Audifax e Vidigal. Gosto muito do prefeito que muito faz por essa cidade, é meu amigo, pode contar comigo na luta por melhores condições para nossa gente, porém o meu compromisso mesmo é com a população. Eu busco atuar como um conciliador na política. Local de briga é no ringue de box, política é debate de ideias em prol da coletividade.
E sua avaliação sobre esse movimento contra a saída de órgão públicos de Serra-Sede?
É um movimento legítimo. Infelizmente quando assumi o mandato, a saída do Fórum já estava encaminha, e agora houve essa do MP, durante esse período conturbado de eleição. Meu gabinete está totalmente à disposição para essas pessoas. A Sede representa a história da Serra, foi aqui que o desenho urbano do município começou, esse local guarda a história de quem nos somos como cidade, precisa de investimentos, e não ao contrário.
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