Uma discussão de muita evidência na atual cena política é sobre o sistema de representação eleitoral. Uma das propostas em debate é a adoção do voto distrital, que de um modo bastante superficial seria a divisão do território (país, estado ou município) em frações baseadas no número de eleitores. Nesse sistema ganharia a eleição aquele candidato que obtivesse o maior número absoluto de votos no distrito. Simples assim!
Com o sistema distrital haveria a extinção das coligações formais para as chapas proporcionais, uma vez que não seria utilizado mais o coeficiente eleitoral. As negociações políticas, levando em consideração a geopolítica, passariam a ter outra conotação.
Provavelmente possibilitaria maior proximidade entre candidato e seu eleitorado, já que cada distrito eleitoral teria sua pauta de demandas específicas.
Destaca-se, porém, a possibilidade de concentração partidária – e talvez esse seja o ponto mais delicado em relação ao atual sistema proporcional. Aliás, num cenário hipotético pouco provável, um mesmo partido poderia ganhar em todos os distritos em um município ou estado, o que é impossível no atual sistema.
Especificamente para a Serra, haveria ainda um inconveniente se pensarmos no plano federal. Na formação dos distritos, levando em consideração os números do último pleito para o Espírito Santo, a Serra seria um distrito eleitoral. Isso eliminaria por completo a possibilidade de eleição de mais de um Deputado Federal residente no município – como vem acontecendo nas últimas eleições. Assim, de um modo geral os municípios da Grande Vitória perderiam representatividade.
Já para a concorrência na Assembleia Legislativa, segundo os números de 2012, a Serra seria dividida em 3 distritos, cada qual com cerca de 86 mil eleitores. E para a concorrência da Câmara de Vereadores teríamos o mesmo número de distritos para cada vaga, ou seja 23, sendo que cada distrito representaria cerca de 12 mil eleitores.