O prefeito Sergio Vidigal ainda não anunciou oficialmente seus planos para a eleição de 2024, mas os sinais são bastante evidentes de que ele está se encaminhando para uma campanha de reeleição. Recentemente, em uma participação no Serra Podcast do Jornal Tempo Novo, ele mencionou que “seria irresponsabilidade ficar de braços cruzados vendo a Serra potencialmente retroceder”. Desta vez, quem foi ainda mais incisiva foi sua esposa, a ex-deputada Sueli Vidigal, que historicamente tem sido responsável pela coordenação central das campanhas de Sergio Vidigal.
Sueli publicou um vídeo estático no qual aparece sentada na sala de podcast do Tempo Novo, rememorando sua visita em 2022. No vídeo, ela fornece a locução de uma narrativa com forte conteúdo pré-eleitoral. A primeira-dama afirmou que o que credencia Sergio Vidigal no presente “são os resultados e as importantes entregas para o município, realizadas todos os dias da semana e em todas as áreas de governo”. Embora Sueli não tenha citado nominalmente que se trata de uma credencial para a candidatura, o contexto deixou isso implícito.
“No futuro, os jovens que nos sucederão também conhecerão quem é Sérgio Vidigal, pois ele deixará para a cidade um legado de sucesso, fé e muitas realizações; e isso não foi alcançado denegrindo a vida alheia ou tentando ofuscar o brilho dos outros, mas sim trabalhando arduamente. Como médico, ele ouviu todos os anseios e administrou o remédio certo para curar a alma dos moradores da nossa cidade, que já estavam cansados de retrocesso, e restaurou a autoestima deles”, afirmou Sueli.
Ela concluiu afirmando que “o critério da democracia que permitiu que Sergio Vidigal se habilitasse como gestor da cidade e assim pudesse governá-la, foi sem dúvida sua história de vida, seu equilíbrio e sua capacidade de ouvir”.
A munição veio da legenda, ao afirmar que “qualquer cidadão brasileiro com mais de 18 anos pode se candidatar a qualquer vaga em qualquer área”, mas, para isso, seria “necessária a apresentação de um currículo com experiência e serviços prestados”. E finalizou: “Todos estamos cientes das overdoses de mentiras. A mentira nunca vai superar a verdade. A Serra, o estado ou o nosso país, não precisa de shows de fogos, aventureiros da mídia ou mentirosos.”
Sueli não deixou claro a quem essas palavras se destinavam; contudo, isso é um ponto que não requer muito esforço para ser deduzido. Oficialmente, a Serra tem dois nomes confirmados e referendados por seus partidos como pré-candidatos a prefeito: Audifax Barcelos, pelo PP, e o deputado Pablo Muribeca, do Republicanos. Em uma narrativa pré-eleitoral, não se pode dizer que Audifax não possui “experiência” e “serviços prestados” pela Serra, afinal, ele é o segundo prefeito eleito com mais tempo de mandato na história político-administrativa do município, depois do próprio Vidigal.
Assim, sobra Muribeca, um jovem deputado que ascendeu na política por meio das redes sociais com narrativas destrutivas contra Vidigal, consideradas por alguns como excessivas, desequilibradas e até bastante controversas, a exemplo do caso do Sine, noticiado pelo Tempo Novo. As palavras de Sueli vão ao encontro do que Vidigal disse no último podcast no Tempo Novo. Em comum, ambos não citaram nomes, mas deixaram a interpretação em aberto. Talvez seja uma estratégia para não colocar Muribeca, visto como ‘jovem’ e ‘inexperiente’, no mesmo patamar de um prefeito de quatro mandatos que participou ativamente da transformação urbana, social, econômica e administrativa da Serra nos últimos 30 anos. Porém, se Muribeca é de fato o adversário da vez, em algum momento isso precisará ser esclarecido de forma mais direta.