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A trajetória de dois titãs da Serra

Um dia. Somente um dia separa o aniversário dos dois principais protagonistas dos últimos 20 anos da política da Serra. Sérgio Vidigal (PDT) aniversaria hoje, dia 8 e Audifax Barcelos (PSB) aniversaria amanhã, dia 9. O primeiro completa 58 anos e o segundo 52.

Eles têm histórias distintas. Mas quis o destino que elas se cruzassem e, a partir daí, surgisse um novo capítulo na história política da Serra. No início, a relação parecia que seria duradoura; mas o tempo e os objetivos os levaram para campos opostos. Desse antagonismo surgiram lances espetaculares na política da cidade.

Vidigal nasceu e cresceu em Vitória, lá pelas cercanias de Santo Antônio, filho de pai comerciante, fez faculdade de medicina na Emescam, se especializando em psiquiatria. Prestou concurso para o Iesp (Instituto Estadual de Saúde Pública) e se tornou médico do Estado e também da Prefeitura, uma vez que fora aprovado em concurso público no final da primeira gestão do falecido prefeito José Maria Feu Rosa.

Ao lado de Vidigal está sua esposa, Sueli, hoje secretária estadual de Assistência Social; têm dois filhos e um neto.

A maioria dos amigos de faculdade de Vidigal optou por se tornar médico empresário. Tornaram-se donos dos seus próprios consultórios, clínicas e até sócios em hospital, escolhendo Capital como local de moradia. Vidigal fez um caminho inverso: escolheu fixar residência na Serra, abriu mão de ser dono de clínica e sócio de hospital para praticar a medicina humanitária e messiânica.

Na prática abriu mão de ganhar dinheiro como médico para ganhar prestígio, que o levou para a política, de onde não saiu mais. Os mandatos conquistados concederam-lhe um grande poder.

Vidigal está na política desde 1987, quando se filiou ao PDT para ser candidato a vereador em 1988. São 28 anos de atividade política, ora exercendo mandatos no Executivo, ora no parlamento e em ocasiões em cargos nos Governos do Estado e  Federal.

Da parceria à rivalidade

Já Audifax nasceu e cresceu na Serra, lá no centro, na gema. Filho de servidor público estadual, desceu para fazer faculdade de economia na Ufes e por Vitória ficou. Passou em concurso para a prefeitura da Capital e, daí em diante, foi ocupando cargos relevantes naquela prefeitura, em Vila Velha e na Ufes.

Audifax é casado com a médica Mara Rejane, com quem tem um casal de filhos.

O caminho trilhado por Audifax foi inverso ao de Vidigal. Foi da Serra para Vitória, onde se casou, fixou residência, fez seus relacionamentos mais importantes.

Mas Audifax não perdeu a relação com a Serra. Seus familiares e seus amigos de infância continuaram aqui, bem como a residência da família em Jacaraípe. Ele só não tinha vínculo profissional com sua terra natal, até ser convidado por Vidigal para ser secretário de Administração em 1998.

Na prefeitura ajudou a organizar a casa. Depois foi para a Finanças e encerrou o seu ciclo como secretário municipal na Educação, de onde saiu em 2004 para ser eleito prefeito pelo PDT, apoiado por Vidigal.

Durante o mandato de Audifax, começa a ser desenhada a ruptura entre criatura e criador. Vidigal emitia sinais de que disputaria novamente a prefeitura em 2008 e Audifax deixava claro o desejo de ser reeleito.

Alguém tinha que ceder. E foi Audifax quem cedeu, permanecendo no PDT e devolvendo a prefeitura a Vidigal em 2008, zerando a dívida.

Daí pra frente cada um seguiu seu caminho. Vidigal assumiu o seu terceiro mandato e Audifax se tornou secretário de Planejamento de Hartung.  Em 2010, o primeiro embate de forma indireta: Audifax X Sueli Vidigal para Câmara Federal. Ambos foram eleitos, mas a votação de Audifax foi massacrante.

Em 2012 o duelo foi frontal: Vidigal x Audifax pela Prefeitura. Mesmo na cadeira de prefeito e com a caneta na mão, Vidigal sucumbiu ao rival.

E já está no ar um novo duelo entre os dois pelo mesmo trono: a Prefeitura.

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Mari Nascimento

Mari Nascimento é repórter do Tempo Novo há 18 anos. Atualmente, a jornalista escreve para diversas editorias do portal, principalmente para a de Política.

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