Clarice Poltronieri
A tragédia que matou 11 pessoas – 10 delas do grupo de dança Bergfround de Domingos Martins – na BR 101 em Mimoso do Sul no último domingo (10), chocou os capixabas. Mas está longe de ser um fato isolado. Pelo contrário, levantamento feito pela imprensa do estado aponta que pode passar de 120 pessoas que morreram na estrada só neste ano.
Até o dia 26 de julho, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) já tinha registrado 98 mortos, incluindo os 23 mortos no acidente entre o ônibus da Águia Branca e uma carreta que transportava granito em Guarapari, num dos trechos que a concessionária Eco 101 já deveria ter duplicado.
E segundo o site G1, boletins recebidos do Centro Integrado de Operações (Ciop) entre 27 de julho e 11 de setembro apontaram mais 23 mortes. Incluindo os dez dançarinos mais o motoristas do grupo de Domingos Martins.
A redação entrou em contato com a assessoria de comunicação da PRF solicitando os dados atualizados e os de 2016 para um comparativo, mas não teve resposta até o fechamento desta edição.
O que também chama a atenção nos dados é a participação do transporte de rochas ornamentais nesses acidentes, com pelo menos 35 vítimas fatais. Além dos casos dos veículos que deixaram cair rochas que atingiram ônibus em Mimoso do Sul e Guarapari, houve um terceiro caso de uma carreta transportando pedra que bateu em uma moto e matou o piloto. Isso também em Mimoso do Sul.
No início de junho, Tempo Novo havia apurado que em 10 anos havia pelo menos 18 mortes causadas por acidentes envolvendo transporte de rochas ornamentais em estradas que cortam o Espírito Santo. Agora já são pelo menos 53.