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Adeus 2021: a contribuição de Cecília Meireles na análise da categoria tempo

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Davi Silva de Carvalho é Licenciado em História pela Universidade Federal de Ouro Preto. Foto: Divulgação

Enfim chegamos no final do ano e assim estamos projetando novas expectativas, planos e sonhos para 2022. Percebe-se como está passando tão rápido de modo que não acreditamos muitas das vezes que estamos já nas vésperas de brindarmos por um ano novo. Entretanto, ficam as dúvidas: ano novo? O que tem de novidade para o ano seguinte? Sempre há inquietações em relação a essas duas perguntas, visto que não sabemos como será, se nossos planos se concretizarão ou até mesmo nossos sonhos se tornarão realidade.

Em meio ao cenário triste causado pela pandemia da covid-19 a insegurança aumentou cada vez mais a respeito do futuro. A preocupação é constante no tempo presente, relativamente normal, pois queríamos ao menos inserirmos nossas vidas em um horizonte de expectativa. Assim esse horizonte fica suspenso no ar, parado e incerto, porque precisamos planejar nossos projetos no presente sem ter culpa dos acontecimentos no ontem e no hoje…Talvez no hoje arrependemos por não ter feito algo que gostaríamos. Absolutamente normal, o dia tem 24 horas e por nossas vontades estarem atreladas aos nossos desejos, precisaríamos de mais horas para aproveitar o dia.

Tendo a contribuição de Cecília Meireles, sábia e grande poeta da literatura brasileira em uma bela reflexão a respeito do assunto, têm-se: “Não seja o de hoje. Não suspires por ontens. Não queiras ser o de amanhã. Faze-te sem limites no tempo”. Em nosso cotidiano, vivemos em constante aceleração nas nossas rotinas e às vezes não demos conta que os 365 dias de 2021 estão chegando ao fim. Pensamos como ficarão as situações do ano seguinte.

Por várias vezes ficamos aflitos, cansados e preocupados no que há por vir futuramente. Talvez não percebemos, mas esses sentimentos tomam conta do nosso interior e acabamos ficando melancólicos sem saber o que será daqui pra frente. Acredito que Cecília Meireles estava certa com seu inteligente pensamento de não querermos sermos no hoje, algo que possivelmente não conseguiríamos, seja por conta da falta de tempo. Restando somente algumas horas para o término do dia e também a chegada incerta do dia seguinte. Nem suspirarmos pelo passado e muito menos querermos algo que não sabemos se futuramente conseguiremos, basta apenas aproveitar o tempo. Ao referir-se “sem limites no tempo” … Deixando-se refletir sobre seu raciocínio fica como pontos chave da argumentação: E nós, estamos aproveitando nosso tempo adequadamente? Desfrutamos sem limites sem se preocuparmos com o futuro?

Apreciemos mais o tempo sem limites e preocupações excessivas, no caso a ausência de limitação no que tange ao aproveitamento correto e saudável dessa grande dádiva, onde muitas das vezes não demos conta que passa tão rápido. Sim, o tão esperado ano novo está chegando, porém não sabemos como será.

Certos, entretanto que continuaremos com a pandemia, mas iremos renovarmos nossas esperanças pois dias melhores virão. O sol voltará a brilhar e todas as fortes tempestades vivenciadas serão superadas. Acreditemos em novos dias. Muitos acontecimentos ocorrem para ensinarmos algo, saibamos aprendermos e não desanimarmos. Basta fazermos sem limites no tempo. Reconhecemos a sapiência de Cecília Meireles, podendo fazer do ano futuro grandes maravilhas. Depende de nós!

Davi Silva de Carvalho – Licenciado em História pela Universidade Federal de Ouro Preto.
Em 2017 lecionou na turma de licenciatura (Pedagogia, História e Letras) do Departamento de Educação –DEEDU/ICHS/UFOP. No ano seguinte, desenvolveu seus trabalhos de manuseio e transcrição de documentos avulsos pertencentes ao Arquivo Histórico da Câmara de Mariana/MG. Após sua formação acadêmica (2018), obteve duas aprovações nos processos seletivos para cursar disciplinas como aluno especial no Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal do Espírito Santo, PPGHIS/UFES. A primeira aprovação ocorreu em agosto de 2019 e a segunda em março de 2020. Já em 2021, seu artigo intitulado: Memória e História – Análise do documentário Que Bom Te Ver Viva foi aceito e publicado na revista Horizontes Históricos do Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal de Sergipe, UFS

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