Está proibido o plantio de eucalipto na Serra. E as plantações existentes devem ser erradicadas em até cinco anos. É o que determina a lei municipal 4.478 que entrou em vigor no último dia 20 de abril. A principal afetada com a medida é a Fíbria, que tem cerca de 2,5 mil hectares de eucaliptais plantados entre Jacaraípe e Nova Almeida, para abastecer a fábrica de celulose empresa, localizada em Aracruz.
O curioso é que a lei não foi sancionada pelo prefeito Audifax Barcelos (Rede). O projeto de lei que a criou, foi aprovado pela Câmara de Vereadores em março último e em seguida foi enviado para o gabinete de Audifax, que não teria se manifestado no prazo legal. Então o projeto retornou à Câmara e foi sancionado pela presidente Neidia Maura Pimentel (PSD).
Autor do projeto de lei, o vereador Aldair Xavier (PDT), disse que a intenção é preservar as águas do município. “Estudos comprovam que grandes plantações de eucalipto ressecam o solo e diversas reportagens já mostraram isso. A intenção é chamar a atenção para o problema cortando direto na carne”, frisou.
Apesar de já ter virado lei, Aldair disse estar aberto ao debate e que a regra pode ser aprimorada. Ainda falta definir o valor das multas, em caso de descumprimento, e os critérios para fiscalização. Segundo Aldair, caberá ao executivo municipal regulamentar isto.
O prefeito Audifax Barcelos, através de sua assessoria de imprensa, disse que está levantando informações sobre o caso e em breve dará um posicionamento. A reportagem também procurou a Fíbria, que não se manifestou até o momento.
Além dos 2,5 mil hectares de eucaliptais, a empresa possui outros 2,5 mil hectares de terrenos no município, que segundo ela são ocupados por áreas de preservação ambiental. Somadas todas as propriedades, quase 10% de todo território da Serra pertence à Fíbria.