Bruno Lyra
Já está valendo a redução da Área de Proteção Ambiental (APA) do Mestre Álvaro. Foi publicado no Diário Oficial do ES na última segunda feira (18) a nova lei que reduz de 3.470 hectares para 2.389 hectares a APA. A norma é de autoria do governo estadual e foi aprovada pela Assembleia Legislativa no início do mês .
A medida vem gerando críticas de ativistas ambientais e pesquisadores. Dentre eles o doutor em genética, conservação, biologia evolutiva e professor da Ufes, Áureo Banhos; o ativista Edson Reis do Instituto Mestre Álvaro; o ativista do Grupo de Proteção Ambiental Mestre Álvaro, Rodrigo Roger; e do também ativista Júnior Nass da Ong Guardiões do Mestre. A ONG Instituto Últimos Refúgios também postou em rede social sua desaprovação com a redução.
O temor é que fauna, flora e nascentes do Mestre fiquem ainda mais ameaçados. O argumento dos críticos é de que a redução da APA em mais de mil hectares deixa desprotegidos os terrenos alagados no entorno do Mestre Álvaro, local que além de contar com animais e plantas típicos, também funciona como passagem para espécies como onças entre as florestas da montanha e outras matas. Tanto que o próprio Governo Estadual considera há anos a região como integrante do corredor ecológico Duas Bocas – Mestre Álvaro.
Já os representantes do Governo contestam tal argumento. O presidente do Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do ES (Idaf), Júnior Abreu, defendeu em Audiência Pública realizada no dia 21 de maio na Câmara da Serra, que a redução não muda a realidade atual da proteção ao morro.
“A Apa do Mestre Álvaro nunca havia sido demarcada antes. Não houve redução, mas uma adequação dos limites”, completou o sub-gerente de Geografia e Cartografia do Idaf, Vailson Schineider. O Idaf fez a demarcação, sob encomenda da Secretaria de Meio Ambiente da Serra, que redundou na redução da APA, que agora deverá passar definitivamente para a responsabilidade do município.