Está boa para consumo a água que a Cesan capta no rio Reis Magos, trata e distribui na Serra Sede. A afirmação é da Prefeitura da Serra, que coletou amostras do líquido fornecido a população e fez análise em laboratório. A coleta aconteceu em dois dias da 1ª semana de outubro, quando moradores reclamavam de gosto de sal, cheiro de produtos químicos semelhantes ora a cloro, ora a amônia, além da cor estranha da água que chegava as torneiras.
Na ocasião houveram relatos de pessoas que se sentiram mal e muitos moradores passaram a comprar água envasada (mineral) no mercado para o uso mais nobre, que é beber e preparar alimentos. Moradores ouvidos pela reportagem na última quinta -feira (17) disseram que o problema foi amenizado após o caso ganhar repercussão, mas a água ainda não estava normal.
O resultado da análise feita pela Prefeitura através do programa Vigiágua, foi divulgado às da 18h da última sexta –feira (18). Em nota, a assessoria de imprensa da Secretaria Municipal de Saúde (Sesa) afirma que “foram coletadas amostras no dia 2 de outubro nos bairros Campinho da Serra II, Planalto Serrano Bloco A e Bloco C e Vista da Serra II; e no dia 7 de outubro nos bairros São Domingos, Residencial Centro da Serra, Jardim Bela Vista, Jardim da Serra e Caçaroca”.
Informa a mesma nota, que “as amostras apresentaram resultados dentro dos padrões de potabilidade da água previstos na Portaria de Consolidação nº. 05/2017. A Cesan é acionada somente quando os laudos das amostras apresentam resultados fora dos padrões de potabilidade”.
Sistema de abastecimento é novo
Desde o final de 2017, a região da Serra Sede é atendida pelo rio Reis Magos. Por decisão do governo Paulo Hartung, durante a superseca que castigou o ES entre 2014 e 2016, foi antecipada a construção de sistema de captação, tratamento e distribuição do líquido em Putiri, região rural entre Serra e Fundão (a construção estava prevista somente para 2020). O sistema produz 500 litros de água por segundo, custou R$ 70 milhões e atende cerca de 150 mil pessoas na cidade.
Em julho de 2016, ainda quando as obras estavam em fase inicial, proprietários rurais da região onde foi feita a captação alertaram para problema de salinização do rio Reis Magos. Segundo eles, isso acontece por conta da combinação estiagem, que reduz a força do rio, e marés altas, que faz a água do mar subir de Nova Almeida, onde está a foz do Reis Magos, quilômetros rio acima. Tempo Novo esteve na região na época e constatou que o rio estava com águas salobras.
Com a seca voltando a assolar o ES neste 2º semestre de 2019, a vazão do Reis Magos caiu. O rio ainda sofre com poluição por esgoto – parte sem tratamento – vindo das sedes dos municípios de Santa Teresa e Fundão, além de ter uma fábrica de ração em suas margens na localidade de Timbuí.
Tempo Novo tem tentando, junto a assessoria de imprensa da Cesan, uma explicação sobre os problemas com a água que chega às torneiras relatados pelos moradores da região da Serra Sede. Mas até agora a empresa não retornou.