Bruno Lyra
Com a vazão do rio Santa Maria bem abaixo do nível crítico, a represa de rio bonito com apenas 20% da capacidade e o sistema para captação no rio Reis Magos ainda em obras, o racionamento de água na Serra está prestes a acontecer.
Segundo o diretor de Engenharia e Meio Ambiente da Cesan, Amadeu Wetler diz que “só uma grande contribuição da sociedade pode evitar o racionamento”. Ele disse que a direção da empresa vai se reunir no início da semana que vem para avaliar a situação e definir como será o racionamento. Ainda não há detalhes de como isto funcionará, se vier a ocorrer.
E a alternativa que pode ajudar com 500 litros de água tratada a mais por segundo, o sistema do rio Reis Magos, ainda não está pronto. “O primeiro módulo dessa obra deve ficar pronta em outubro; a previsão que funcione plenamente em dezembro”, adianta.
Mesmo que estiver pronta, na atual conjuntura ficaria difícil. Segundo Wetler, a vazão atual do Reis Magos é de 400 litros por segundo. A vazão de referência do rio, segundo a assessoria da Cesan, é superior a 4 mil litros por segundo.
Já o Santa Maria está em situação dramática: ontem a vazão era de 2 mil litros por segundo, quase a metade do nível crítico que é de 3,8 mil litros. Segundo o secretário executivo do Comitê de Bacia do manancial, Roberto Ribeiro, essa pouca vazão ainda está sendo garantida pela represa de Rio Bonito, em Santa Maria de Jetibá. Mas também está perto de secar.
“Se não chover, a represa tem água para ajudar a abastecer precariamente a Grande Vitória durante 20 ou 30 dias. Hoje (ontem,15) está chegando mil litros por segundo na represa e saindo 2,4 mil litros. Pra ser sincero, a Cesan já está racionando água”, afirma Roberto.
Roberto disse que o Estado proibiu agricultores das cabeceiras do rio de irrigar, o que está gerando revolta, já que segundo ele, cerca de 30% da vazão do Santa Maria continua cedida a siderurgia.