Quem passar pela rua São João, em André Carloni, num dia sem chuva como o de hoje, provavelmente não irá notar nenhum problema. Pessoas e veículos estarão circulando normalmente, cumprindo sua rotina diária. Mas basta entrar na residência de qualquer morador para que esse cenário mude por completo e desnude o sofrimento por que passam os moradores da região.
Eles não aguentam mais sofrer com os alagamentos e também perder seus bens materiais em dias de temporal. A água da chuva invade casas e comércio com facilidade, mesmo que a maioria delas esteja bem acima do nível da rua.
“Acordei, vi minha casa toda alagada e quase infartei. De repente, quando me deparei com toda aquela água, achei que estivesse em outro planeta”, lembra, ainda assustada, a moradora Niusa de Souza Silva.
A idosa Maria Marlene Rangel passou sufoco quando sua casa ficou inundada durante as chuvas de maio deste ano. As marcas da enchente ainda são visíveis por toda parte. “Tive que comprar móveis novos, e ainda não recuperei tudo. Fiquei sem saber o que fazer quando a casa ficou alagada com as últimas fortes chuvas. Estava sozinha e fiquei desesperada, não consegui suspender nada. Portas e móveis ficaram estragados”, relata dona Maria, ainda inconformada com a situação, pois sabe que tudo pode se repetir.
E se engana quem pensa que a rua São João, onde vivem dona Maria e dona Niusa, não tem rede de drenagem. Ela existe, mas não tem sido suficiente para evitar tanto transtorno. “Todas as ruas paralelas [que dão acesso] à rua São João são mais altas, fazendo com que toda a água da chuva desça e se acumule nessa via. E a rede pluvial não suporta tanta água, o que gera os alagamentos”, explica o presidente da associação de moradores, Josué Gomes.
Segundo ele, esse problema pode ser resolvido com a instalação de uma galeria entre as ruas Santa Terezinha e a São João, escoando toda a água pluvial para uma área verde, mas ressalta: “No final da rua São João, na esquina com a São Tiago, não tem saída para a água da chuva, pois o proprietário de uma casa (ao lado da área verde) fez um muro, e isso serve de obstáculo ao escoamento. Então, o que deve ser feito é instalar uma galeria para canalizar toda a água pluvial para essa área verde”.
Outro problema é que as bocas de lobo da rede de drenagem instaladas nessas ruas não conseguem escoar a água quando chove forte. Os moradores afirmam que elas são muito estreitas e rasas, e carecem de limpeza e manutenção.
Esgoto se mistura à água pluvial
Não bastassem inundar casas, as enxurradas vêm com esgoto, que sai de outras partes de André Carloni e Carapina. “A força da água que desce das ruas mais altas de André Carloni retira as tampas da rede de esgoto e mistura tudo, água e esgoto. Até fizeram uma rede pluvial para não misturar com o esgoto, mas parece que não deu certo”, relata o funcionário público José Renato Laranja, que mora no bairro desde 1988.
Ele e o líder comunitário afirmam que, de janeiro a março deste ano, a Cesan/Serra Ambiental realizou uma troca de tubulação para separar o esgoto da rede pluvial nas ruas São João e Santa Terezinha, mas de nada adiantou. “Além da água suja de esgoto nos alagamentos, as bocas de lobo exalam um forte mau cheiro, o que indica que o problema não está resolvido”, destaca Josué.
Imóveis fora da rede de coleta
Segundo a Cesan/Ambiental Serra, o problema dos dejetos de esgoto misturados à água da chuva se deve a alguns imóveis “que lançam o esgoto indevidamente na rede de drenagem pluvial”; por isso, a sujeira se mistura à água da enchente. Para resolver o problema, conforme a empresa, “os moradores devem interligar os imóveis às redes de coleta e tratamento de esgoto da Cesan”.
Já a respeito da intervenção feita no primeiro trimestre deste ano, as obras realizadas pela Cesan/Ambiental Serra nas ruas de André Carloni citadas na reportagem serviram para “substituir trechos antigos da rede de esgoto e não têm reflexos nos alagamentos”.
Chuvas acima do esperado em maio
Sobre os alagamentos constantes nas ruas São João e Santa Terezinha, a Prefeitura da Serra responsabilizou as chuvas ocorridas em maio, quando, segundo a Prefeitura, o município registrou o maior volume de chuva em 24h no estado, o que gerou o acúmulo de água em alguns bairros.
Disse, ainda, que a Secretaria de Obras (Seob) investe R$ 40 milhões em drenagem e pavimentação na cidade para melhor escoamento da água, e também citou os trabalhos de limpeza para desobstrução de galerias.
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