O Dia da Consciência Negra, realizado em 20 de novembro, vai além de uma simples data no calendário. É um convite à reflexão sobre a luta histórica negra contra a discriminação racial e a desigualdade social no Brasil.
No Espírito Santo, temos várias referências ao movimento negro, sendo uma das mais notáveis a Insurreição de Queimado, ocorrida no município da Serra em 1849. Este evento, liderado por Chico Prego, é um marco na luta pela liberdade e igualdade. A Insurreição de Queimado não foi apenas uma revolta contra a escravidão, mas também um grito de resistência contra a opressão racial. Chico Prego liderou esta insurreição com coragem e determinação, tornando-se um símbolo de resistência e luta pela liberdade.
No entanto, a luta pela igualdade racial ainda está longe de terminar. A Lei de Cotas, sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, é um avanço significativo nessa direção. Esta lei garante a reserva de vagas para pessoas negras, indígenas e deficientes nas instituições de ensino superior. No entanto, apesar desses avanços, ainda enfrentamos desafios importantes.
Um desses desafios é o extermínio da juventude negra. A população negra carrega na sua história a herança e a dor de ser negra em um país racista que mais mata e encarcera a juventude negra.
É nosso dever como sociedade reconhecer e valorizar a contribuição dos negros para nossa cultura, história e identidade. Devemos usar o Dia da Consciência Negra para refletir sobre o nosso passado, considerar as injustiças e trabalhar para um futuro em que todos sejam tratados com igualdade e respeito.
A memória da Insurreição de Queimado nos inspira na luta por justiça e igualdade. Conscientização e educação são as chaves para moldar uma sociedade mais justa. Vamos transformar essa inspiração em ação, enfrentando os desafios atuais e construindo um amanhã onde todos sejam tratados com igualdade e respeito.
Que este Dia da Consciência Negra não seja apenas uma data no calendário, mas sim um passo para uma transformação rigorosa onde somos convocados não apenas à reflexão, mas à ação imediata.
Que seja o ponto de partida para um compromisso coletivo. Conscientização e educação são alicerces, mas agora é o momento de traduzir esse conhecimento em mudanças palpáveis. Vamos desafiar as estruturas do racismo, defender a igualdade de oportunidades e construir um futuro em que cada pessoa seja tratada com dignidade e respeito.
A memória da Insurreição de Queimado nos inspira a não apenas sonhar com um futuro melhor, mas a trabalhar incansavelmente para construí-lo. Que cada Dia da Consciência Negra seja um marco não apenas de reflexão, mas de ações concretas que impulsionam nossa sociedade em direção a uma verdadeira igualdade.
Ivo Lopes – Presidente do conselho municipal de promoção de políticas de igualdade racial. COMPPIR Serra.