Por Clarice Poltronieri
Almoçar juntos é uma prática cada vez mais rara entre as famílias, difícil até mesmo nos finais de semana. Mas há ainda quem resista aos novos hábitos e guarda a tradição de sentar à mesa na hora da principal refeição do dia lado de seus entes.
É o caso da família de Juliana Cassaro Costa, moradora de Jardim Limoeiro, que resgatou o hábito após o nascimento de sua filha Sofia, hoje com dois anos e meio.
“Eu e meu marido decidimos que eu ficaria um tempo sem trabalhar para cuidar dela. Quando ela nasceu, passei a ficar em casa e meu marido trabalha próximo. Nos primeiros meses, ele quase não a via acordada, pois saía muito cedo e chegava muito tarde. Então ele resolveu vir almoçar em casa todos os dias para encontrar a família. Às vezes até minha mãe e meu irmão vêm almoçar junto conosco”, frisa.
O marido de Juliana, Zelber Maifredo, tomou gosto pela opção de almoçar em casa. “Comecei a vir por conta da neném e hoje tomei gosto. A comida é mais saudável e é o momento que conversamos sobre as coisas do dia a dia”, aponta.
Em Bairro das Laranjeiras, uma família também concilia o momento da refeição. Desde 2010, Francisco Castro, que é professor, conseguiu trabalhar em duas escolas próximas à sua casa para ter esse momento com a família. Na mesa, o casal e os dois filhos, Vitor e Vitória, de 7 e 14 anos, aproveitam para confraternizarem.
“Antes era uma correria. Agora vou em casa e as crianças estudam perto. Minha esposa busca o caçula na escola e a mais velha estuda onde trabalho, vindo embora comigo. Aproveitamos o momento do almoço para orar juntos e conversar sobre nosso dia, pois é um momento de comunhão com a família”, relata Francisco.
“Faço a comida com o maior carinho para aproveitarmos esse momento juntos”, diz Kelly Anne Brito de Castro, esposa de Francisco.