Por Ayanne Karoline
É quase impossível não notar a quantidade de imóveis comerciais vazios na região de Laranjeiras. Só de salas, são mais de 1 mil unidades disponíveis para locação. A baixa demanda e a grande quantidade de oferta fez o preço do aluguel despencar em até 30%.
Segundo o proprietário da imobiliária serrana Portalflex, Douglas Andrade, está mais difícil alugar e quem já tinha contrato está renegociando. “Hoje, a média da locação está na faixa de R$ 1 mil, com condomínio incluso. A queda varia entre 15% e 30%”, revela.
O presidente da Ademi-ES, Sandro Carlesso, explica que houve uma expectativa na Serra – na época dos lançamentos – de que haveria um ambiente mais empreendedor. “Em parte ocorreu. Temos hoje três shoppings centers na cidade, vivenciamos a chegada de novas redes de supermercados, além de Centrais de distribuição e logística e unidades de ensino superior e médio”, explica.
Sobre o coração comercial em Laranjeiras, Carlesso ressalta que existia uma demanda por espaços corporativos mais modernos, com vagas de garagem, fácil acesso, pois o principal polo comercial da Serra não tinha ambientes com infraestrutura mais arrojada para receber novos negócios.
“No momento, os esforços são para comercializar o que está disponível para empresas e investidores de pequeno e médio porte que desejam investir na cidade. A velocidade das negociações segue o mesmo ritmo das demais cidades da Grande Vitória”, disse.
O último Censo Imobiliário, divulgado pelo Sinduscon-ES em fevereiro, revelou que não há nenhum imóvel comercial em construção ou na planta na Serra. A queda vem desde 2010, quando a cidade apresentava 1.136 imóveis em produção, sendo que em 2015 o número ficou em 172 unidades.
Para o diretor de Economia e Estatística do Sinduscon-ES, Eduardo Borges, o grande volume de unidades lançadas há alguns anos e a crise econômica são os principais vilões. “A Serra apresentou potencial, se esperava grandes empresas e investimentos. As construtoras lançaram muitos imóveis e, com a crise, muitos empreendedores desistiram dos negócios e o setor público também colocou o pé no freio. O resultado foi a estagnação que, aos poucos, deve ir melhorando”, explicou.