Desde 2015, a Ambiental Serra, parceria privada da Cesan, já recebeu R$ 250 milhões pelo contrato na área de esgotamento sanitário no município. A informação foi revelada durante audiência na Assembleia Legislativa, realizada no último dia (15), que teve como tema os ‘Desafios do Saneamento Básico da Serra’.
Presidida pelo Deputado Fabrício Gandini (Cidadania), a audiência contou com a presença de representantes da Prefeitura da Serra, da Cesan, Ambiental Serra, além de lideranças comunitárias do município que puderam realizar perguntas e questionar os serviços de tratamento e coleta de esgoto, ofertados hoje na cidade.
O morador da Serra Renato Ribeiro, que participava da audiência, questionou a Cesan sobre os valores que já foram repassados para a Ambiental Serra, além de detalhar o que foi investido desse montante. Quem respondeu foi um dos gestores da estatal, Douglas Oliveira Couzi. Ele informou que foram pagos aproximadamente R$ 250 milhões à Ambiental Serra e que esse valor diz respeito às parcelas fixas, que foram estipuladas em contratos e parcelas variáveis oriundas da taxa de esgoto cobrada da população.
Segundo informou a presidente da Ambiental Serra, Reginalva Santana, foram investidos pela empresa no município em torno de R$ 150 milhões. Foi perguntado, então, sobre investimentos nas estações de tratamento; porém, Reginalva apenas disse que o município conta com 87,19% de moradores interligados a rede.
Um dos coautores da audiência, o deputado Alexandre Xambinho (Rede), questionou, também, a cobrança de taxa de esgoto, que acrescentam 80% a mais na conta de água. “O que vemos hoje é o morador pagando taxa de esgoto, mas não existe tratamento. A Ambiental Serra vai para os bairros ligar as residências à rede de esgoto, mas nossos mananciais estão cada vez piores; não tem tratamento na Serra”, finalizou.
Outro questionamento levantado na audiência foi o excesso de multas em desfavor da Ambiental Serra. De acordo com a Prefeitura, desde 2015 já foram aplicadas 51 infrações que somam R$ 4,5 milhões, quase todas por descarte irregular de esgoto. Em sua defesa, Reginalva criticou “o entendimento do Município” que multa a empresa em casos de extravasamento da rede, o que não seria “justo, pois inúmeros podem ser os motivos de entupimento das redes”.