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Ambientalistas denunciam omissão no combate ao incêndio no Mestre Álvaro

 

Ativistas do Grupo de Proteção Ambiental Mestre Álvaro (GPAMA), Amigos do Mestre Álvaro e Grupo de Artes Mestre Álvaro (Gama) aos pés do morro: revolta. Foto: Divulgação

Desde a noite da última quinta-feira (12) a mata Atlântica da Área de Proteção Ambiental (APA) do Mestre Álvaro está queimando e até agora nada foi feito para combater o fogo, que teria surgido após um raio cair no morro.

É o que denunciam ativistas de ONG’s cujo trabalho é voltado, há anos, para a proteção da montanha, que tem o ponto culminante com 833 metros de altitude; 40 nascentes e cerca de 800 hectares de florestas. O fogo está atingindo uma área de mata e vegetação rupestre (sobre rochas) entre o TIMS e a subestação de Furnas, na propriedade de Fernando Nunes.

Na manhã deste sábado (14), dez ativistas estavam aos pés do morro acompanhando a evolução do fogo. Representante do Grupo de Proteção Ambiental Mestre Álvaro (GPAMA), Rodrigo Roger, fez críticas à postura do Governo Estadual.

“O Corpo de Bombeiros foi acionado desde a última quinta – feira (12), mas só esteve no local ontem (13). Mesmo assim não subiu para combater. Mandaram helicóptero que sobrevoou a área duas vezes, ontem (sexta,13) e hoje (sábado, 14). Mas sem trazer a bolsa d’água usada para esse tipo de combate. Enquanto isso o governador usa o helicóptero à vontade”, reclama Roger.

Segundo Rodrigo, apesar da seca, há água na região para o combate com helicóptero, já que a ação por terra é mais complicada devido à altitude e inclinação do terreno onde estão os focos.

“Há água perto, tanto na lagoa Saraongá quanto no rio Santa Maria. Na pior das hipóteses podiam fazer a piscina para este tipo de combate usando carro-pipa, onde o helicóptero vem e pega a água. É preciso agir logo antes que o incêndio tome maior proporção,  pois será muito mais difícil controlá-lo”, alerta Roger.

Rodrigo disse ainda que os ativistas até queriam ajudar o combate, mas faltam equipamentos.

Município

Do Grupo de Artes Mestre Álvaro (Gama), Edson Reis, também fez críticas ao município, responsável pela gestão da APA. Para ele, a Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semma) deveria exigir do estado o uso do helicóptero.

“Simplesmente ninguém da Semma apareceu aqui (na região afetada pelas chamas). Em novembro do

O incêndio começou no final da tarde da última quinta – feira (12). Foto: reprodução Facebookano passado, pedimos que comprassem materiais de combate às chamas para que formássemos uma brigada voluntária. O Corpo de Bombeiros já havia prometido dar o treinamento, mas era preciso ter os equipamentos. Na época a Prefeitura alegou falta de dinheiro”, conta.

Edson disse estar revoltado ainda mais porque o dinheiro que veio de uma compensação ambiental da ArcelorMittal Tubarão para o município foi usado para construir a sede da APA fora do Mestre Álvaro, num terreno do Horto Municipal.

“Ao invés de investir numa estrutura no próprio Mestre Álvaro para ajudar na vigilância e auxiliar o combate ao fogo numa situação como essa, a Prefeitura vai lá e usa o dinheiro de forma errada. É revoltante”, desabafa.

O outro lado

A assessoria de imprensa da Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp) deu outra versão sobre o início do combate às chamas, dizendo que o Corpo de Bombeiros trabalha no Mestre Álvaro desde a última sexta feira (13). Disse que um helicóptero do Núcleo de Operações e Transporte Aéreo (Notaer) está dando suporte.

Por fim, a assessoria disse que o trabalho de combate segue acontecendo e que a expectativa é a de que o fogo seja controlado na terça – feira (17).

Quanto às criticas feitas pelo ativista Edson Reis à Semma, a responsável pela pasta, Andréia Carvalho, rebateu dizendo que o órgão está acompanhando todas as ações de combate ao incêndio junto ao Corpo de Bombeiros e a Defesa Civil do Município.

Sobre a formação de bombeiros voluntários, Andreia disse que avançou com a parceria do Corpo de Bombeiros no treinamento e agora está na fase de buscar a aquisição dos equipamentos.

E argumentou que o local onde está acontecendo o incêndio no Mestre Alvaro é de difícil acesso, mas a Semma tem feito “tudo o que lhe compete e cabe numa situação extrema e inesperada como essa”.

A respeito da construção da sede da APA, Andreia disse que a legislação não obriga que seja dentro da unidade de conservação.

“Ademais, a área da construção tem ligação com o Mestre Álvaro e permitirá a realização de ações socioambientais com as comunidades do entorno, além de possibilitar, pela facilidade de acesso, trabalharmos com  visitantes que não possuem condições físicas de acessar o Mestre”, conclui Andreia Carvalho.

Redação Jornal Tempo Novo

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