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Análise | Os 100 dias do primeiro novo prefeito da Serra após 28 anos

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Crédito: divulgação.

Depois de 28 anos, a Serra está conhecendo um novo prefeito. Weverson Meireles (PDT) completou recentemente 100 dias de governo. Embora ainda seja pouco tempo para uma projeção aprofundada, é o suficiente para identificar qual tom o novo prefeito pretende imprimir à sua gestão — e esse tom é marcado pela presença nas ruas, pela reconexão da Serra com Brasília e por uma governança baseada no exemplo.

Weverson entregou o que, em geral, já se esperava — especialmente no que diz respeito à continuidade das obras públicas. A principal delas foi a ordem de serviço para o Contorno de São Domingos, que vai melhorar a conexão entre a região da Serra Sede e o litoral. Outro destaque foi a inauguração da Escola em Tempo Integral em Jacaraípe. No que pesa a importância dessas e de outras obras, já estavam no planejamento anterior. Ou seja, o mérito aqui foi dar continuidade e executar o que era previsto — o que, no cenário político brasileiro, já é um grande feito, considerando a prática recorrente e irresponsável de interromper investimentos iniciados por gestões anteriores.

Ele também cumpriu promessas: convocou os 895 professores aprovados no concurso realizado pelo ex-prefeito Sergio Vidigal. Também iniciou a convocação da primeira leva de aprovados no concurso da Guarda Municipal — um total de 50 novos agentes que integrarão a corporação. Esse reforço já deve permitir o anúncio de outra promessa de campanha: o funcionamento 24 horas da Guarda Municipal da Serra.

Weverson cumpriu com o papel que se espera de um prefeito da Serra, com ações como a entrega dos kits escolares — que alcançaram mais de 70 mil alunos —, o diálogo com líderes comunitários e o lançamento do Refis 2025. São medidas relevantes, mas que, em grande parte, fazem parte do exercício cotidiano da gestão pública.

Mas se as “obrigações” foram cumpridas, Weverson também mostrou, nesses primeiros 100 dias, um pouco do que é próprio de seu estilo. E isso está muito ligado a um modelo de governança que preza pela presença nas ruas. Não que seu antecessor, Sergio Vidigal, estivesse ausente, mas ele adotou uma abordagem mais técnica, voltada para o planejamento e a coordenação a partir da Prefeitura. Isso construiu as bases de um caminho administrativo que agora permite a Weverson modular seu governo de fora para dentro — com forte presença física e simbólica nos espaços públicos.

Desde que assumiu, o prefeito tem feito visitas frequentes a escolas e unidades de saúde. Durante o verão, esteve pessoalmente nos balneários da Serra para lançar o programa Praia Limpa, que recolheu toneladas de lixo. Também marcou presença nas ruas durante o Carnaval, que movimentou cerca de R$ 34 milhões na economia local. Participou ainda de eventos de adoção de animais, corridas e outras atividades públicas. Essa presença constante ajuda a rejuvenescer a imagem da governança municipal, que vinha dando sinais de desgaste após anos de alternância entre Vidigal e Audifax Barcelos.

Outro traço marcante da gestão de Weverson é a tentativa de reconectar a Serra ao restante do Brasil. Com os recursos concentrados em Brasília, os municípios que se articularem melhor tendem a captar mais investimentos federais — e também privados. Nesses 100 dias, o prefeito esteve diversas vezes na capital federal. Em uma delas, participou do Brazilian Regional Markets (BRM), um dos principais eventos sobre desenvolvimento regional do país, onde apresentou a Serra como polo industrial e logístico.

Também participou do evento Educação Já 2025, em São Paulo; do Smart City Expo Curitiba, maior evento das Américas sobre cidades inteligentes; e do 1º Encontro Cidades Verdes Resilientes, ocasião em que a Serra foi selecionada como uma das cinco cidades brasileiras a integrar um programa de redução dos impactos das mudanças climáticas.

A Serra é uma cidade que precisa se relacionar nacional e internacionalmente. Suas principais atividades econômicas — o aço, as rochas ornamentais, a logística, a metalmecânica e a indústria em geral — estão conectadas para além de suas fronteiras. Por isso, a cidade precisa se projetar para fora de si mesma, se quiser manter o ritmo de crescimento que a distingue.

Porém, em três episódios específicos, Weverson demonstrou de forma mais clara a conduta que espera de seus liderados. O primeiro ocorreu em março, quando o prefeito reagiu de forma enérgica ao furto de cabos de cobre que danificou cerca de 60 postes — alguns deles foram derrubados, e até as luminárias foram levadas. A ação criminosa foi seguida por uma operação policial integrada com a Prefeitura que apreendeu receptadores e recuperou quase 300 kg do material, indicando a forma como Weverson pretende lidar com aspectos da segurança pública que envolvem diretamente a Prefeitura da Serra.

O segundo episódio em que ele pôde mostrar a mentalidade que quer imprimir à sua gestão foi na área da saúde, diante de um antigo problema no município. Em abril, um morador da Serra procurou atendimento em duas UPAs da cidade e no Hospital Estadual Jayme Santos Neves. Segundo relatos, o atendimento teria sido insuficiente, e o jovem, de apenas 27 anos, veio a falecer. A Prefeitura, sob seu comando, tomou uma atitude rara nas últimas décadas: demitiu uma médica envolvida no caso e afastou por tempo indeterminado outros profissionais ligados à ocorrência, enquanto os fatos são apurados.

Apesar de a Serra contar com excelentes médicos, muitos dos quais se dedicam além de suas funções, há também profissionais com condutas questionáveis. O combate rigoroso a esse tipo de desvio é uma novidade em termos de gestão. É evidente que as investigações ainda estão em curso e definirão a responsabilidade ou não dos envolvidos, mas a ação imediata da Prefeitura já serve como recado para os servidores de todas as áreas: desvios éticos com prejuízo à população não serão tolerados.

O terceiro episódio que chamou atenção foi a resposta à tragédia climática ocorrida há uma semana em Nova Almeida. O balneário foi atingido por fortes rajadas de vento e chuvas, que destruíram casas, alagaram ruas, derrubaram árvores, danificaram a infraestrutura e causaram grandes prejuízos. A resposta institucional da Prefeitura foi eficiente, com presença ativa; mas o que se destacou foi a atuação pessoal do prefeito: Weverson esteve no local por dias, operou retroescavadeira, ajudou a remover entulhos e coordenou equipes. Em momentos de crise, é o exemplo que dá o tom das ações. Tanto que a mobilização foi expressiva — em poucos dias, mais de 500 voluntários atuavam em Nova Almeida, atendendo a mais de 2.100 moradores afetados. Um feito notável, que aparentemente teve forte relação com o exemplo direto do prefeito.

Em termos gerais, a Serra segue apresentando bons indicadores: liderança na geração de empregos, redução histórica nos índices de homicídios, previsão positiva para setores econômicos — como o imobiliário — e o aguardado anúncio de investimento da ArcelorMittal de R$ 4 bilhões para a instalação de um Laminador de Tiras a Frio.

A continuidade do que historicamente funcionou na Serra — como o planejamento e a execução de obras — somada a uma governança mais jovial, com rigor no combate a desvios, presença massiva nas ruas e integração da cidade com o restante do Brasil, vem, até o momento, gerando resultados concretos.

O maior desafio da Serra, no entanto, segue sendo o mesmo desde a década de 1960: gerir o próprio crescimento e oferecer a uma população sempre crescente um amplo conjunto de serviços públicos. Esse equilíbrio entre demanda e orçamento obrigou o município a aprender a gastar com eficiência para conseguir crescer.

Ainda que os prefeitos anteriores a 1997 tenham seus méritos, foi somente a partir do chamado “vidigalismo” — do qual o próprio Audifax também faz parte — que esse equilíbrio passou a acontecer de forma mais sistemática e sustentável.

Agora, com projetos de infraestrutura sobre a mesa e um ambiente institucional favorável, tanto no município quanto no Estado, tudo indica que a Serra esteja prestes a dar mais um salto de desenvolvimento. E esse salto pode ocorrer sob a gestão de Weverson, com foco na requalificação da faixa leste da cidade — já ocupada — e na reocupação da faixa oeste, em ampla expansão.

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