Em entrevista coletiva à imprensa na tarde desta terça (14), o Secretário de Segurança Pública, André Garcia, afirmou que vai apurar crimes a fundo para ver se há participação de policiais militares. Entre os crimes destacados por Garcia, está o assalto e a agressão ao Frei Pedro Engel, ocorrido na segunda-feira (13) no Convento da Penha.
Se referindo a policias militares, o secretário disse que o ataque ao frei pode ser de grupos que tentam manter o movimento de paralisação vivo. “Tem um grupo que tenta desesperadamente com ameaças, mostrar à sociedade que o movimento ainda tem força. Estamos investigando com a força tarefa. Esse assalto cometido ontem ao Convento também faz parte do rol de investigações especiais” disse o secretário.
“Temos um pequeno núcleo de radicalização que tem apostado em ações e atentados contra a segurança pública. Algumas ocorrências estão sendo investigada por uma força tarefa especial que foi designada exatamente para investigar se há a participação de policiais militares. Como os atentados cometidos contra o transporte coletivo, por exemplo, nós estamos acompanhando, porque é uma forma desses indivíduos radicalizados tentarem desestabilizar e tirar a normalidade da vida das pessoas. Vínhamos dizendo que havia pessoas apostando em tornar a sociedade refém da criminalidade e quando o movimento vai perdendo força, o desespero aumenta”, afirma.
Afirma ainda que a força tarefa vai realizar uma investigação profunda nos homicídios e combater qualquer formação de milícia, se houver.
“Vamos fazer também um pente fino em todos os homicídios. Há mais de 30 denuncias na ouvidoria nacional de Direitos Humanos em Brasília de crimes praticados no ES com suspeita de participação de policiais. Todos esses homicídios serão investigados e se houver a formação de milícias, elas serão combatidas”, frisa.
Ainda na coletiva, ele afirmou que há cerca de 1.900 policiais militares de volta às ruas, sendo 700 deles na Grande Vitória. E que o Governo já está punindo parte dos policiais que se aquartelaram. “São 161 sofrendo processo administrativo disciplinar já com afastamento das atividades e mais de 700 com inquéritos policiais militares que podem ir às ruas ou não. A folha de pagamento está parada, cortes serão feitos”, explica.
Ele agradeceu aos policiais que retornaram às atividades e agradeceu o trabalho da PM nos últimos 180 anos. Garantiu que 80 viaturas foram postas nas ruas e que hoje teriam mais.
Sobre a negociação com as mulheres que continuam na porta do quartel, foi taxativo. “Não falo sobre a negociação, já houve 2 acordos assinados não cumpridos, 11 reuniões, mas estamos abertos ao diálogo”.