O Sindicato das Empresas de Transporte Metropolitano da Grande Vitória (GVBus) classificou a paralisação dos rodoviários como ‘abusiva’ e diz que possui duas liminares na Justiça do Trabalho que impedem o movimento. Na manhã desta segunda-feira (4), sindicalistas e trabalhadores estão impedindo a saída dos ônibus das garagens do Transcol. Eles reivindicam a volta dos cobradores aos postos de trabalho.
Em nota enviada ao TEMPO NOVO, o GVBus informou que a Justiça do Trabalho concedeu uma liminar, no dia 2 de janeiro, para impedir o movimento promovido pelo Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários no Estado do Espírito Santo (Sindirodoviários). Por conta disso, o sindicato dos rodoviários pode ser multado em até R$ 10 mil por dia, já que está desrespeitando a liminar.
O Sindicato das Empresas ainda disse que os representantes do Sindirodoviários foram informados sobre a primeira liminar deferida, recebendo cópias das mesmas via Whatsapp pelas empresas.
“O GVBus esclarece ainda que, apesar do fim do auxílio emergencial concedido pelo Governo Federal em 31/12/2020, o Governo do Estado editou a portaria 045-S em 28/12/2020, suspendendo a atividade dos cobradores em razão da obrigatoriedade do pagamento eletrônico da passagem e para resguardar a saúde deles”, diz o texto da nota.
Por fim, o GVBus garantiu que não haverá demissão dos cobradores neste momento e que os profissionais seguirão recebendo seus salários, mesmo afastados de suas funções.
“Dessa forma, ressaltamos que não haverá qualquer prejuízo aos colaboradores que, embora não cumprirão jornada de trabalho nos coletivos, permanecerão afastados e receberão integralmente o seus salários e benefícios previstos no acordo coletivo. Destacamos que esses trabalhadores possuem garantia provisória no emprego, conforme a Lei n.º 14.020/2020l”.
Paralisação
Impedindo a saída dos ônibus das garagens de empresas do Transcol, o Sindirodoviários diz não ter previsão para o fim do movimento. Na Serra, um dos locais de manifestação é a garagem da empresa Unimar, em Laranjeiras Velha.
Por lá, cobradores e sindicalistas não estão deixando os ônibus saírem. Mais cedo, por volta das 6 horas, eles realizaram um ato, onde gritavam frases exigindo o retorno dos cobradores aos ônibus do Transcol.
Em conversa com o TEMPO NOVO, o ex-presidente e atual secretário do Sindirodoviários, José Carlos Salles, informou que não há previsão para o fim da paralisação. Segundo ele, “os cobradores estão nas portas das empresas querendo trabalhar”. Ainda de acordo com o sindicalista, os coletivos de ar-condicionado estão sendo liberados para circularem.
Afastamento dos cobradores
O afastamento desses profissionais ocorreu no dia 17 de maio deste ano, com base no Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda, do Ministério da Economia. O governo federal pagou um benefício aos trabalhadores para que eles não ficassem sem renda durante a interrupção dos contratos.
Na ocasião, o Estado havia decidido suspender o contrato de trabalho por apenas dois meses, mas o retorno dos profissionais já foi adiado por três vezes. Até janeiro, os cobradores ficarão afastados, no total, por oito meses.
Vale destacar que, desde maio, os coletivos deixaram de aceitar dinheiro em espécie como forma de pagamento. O motivo é o risco de contaminação da Covid-19, já que as cédulas podem servir como vetor da doença.
Agora, em 2021, o programa federal chegou ao fim. Mesmo assim, o Estado decidiu manter os trabalhadores afastados, mas pagando o salário integral.