Após a Prefeitura da Serra exonerar todos os servidores comissionados, inclusive secretários do Município, o prefeito eleito, Sergio Vidigal (PDT), afirmou que os serviços essenciais da cidade serão gravemente prejudicados com a medida tomada pelo atual chefe do Executivo, Audifax Barcelos (Rede). O ato passará a valer no dia 31 de dezembro deste ano e, dessa forma, a partir do dia 1° de janeiro de 2021 a cidade terá aproximadamente 800 servidores a menos – o que segundo Vidigal causará problemas no atendimento ao público.
Conforme informado em primeira mão pelo TEMPO NOVO no dia 23 de dezembro, Audifax decidiu demitir todos os cargos comissionados da Prefeitura da Serra. Nos bastidores, a medida já havia gerado incômodo e preocupação, já que muitos serviços da prefeitura podem ser afetados até que o prefeito eleito consiga ocupar todos os cargos novamente. Na ocasião, a prefeitura garantiu que a população não seria prejudicada, mas sequer explicou como isso ocorreria.
Em conversa com a reportagem, Vidigal disse que a medida foi tomada sem consentimento de sua equipe de transição. Afirmou ainda que a exoneração causará danos nos serviços ofertados à população, inclusive os essenciais, como atendimento em postos de saúde e Unidade de Pronto Atendimento (UPA). Também insinuou que o ato foi irresponsável, pois até a Defesa Civil será afetada. “Caso ocorra uma chuva forte e com danos na cidade, o que será feito?”, questionou o prefeito eleito.
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Para evitar esses transtornos, Sergio Vidigal disse que sua equipe de transição entrou com uma solicitação, junto à administração municipal, para que Audifax mantenha os servidores de áreas consideradas essenciais. Com isso, assim que assumir, o prefeito eleito terá tempo para realizar possíveis exonerações e trocas de funcionários sem que a população seja afetada.
“Pode afetar muito. Muitos cargos comissionados CC5 hoje fazem esse trabalho de atendimento, como marcação de consultas, por exemplo. Temos uma preocupação muito grande. Dizem que são apenas 10% dos cargos, mas se não tivesse necessidade de tê-los, nem deveriam existir. Eles são necessários nesse período”, disse Vidigal ao TEMPO NOVO.
Algumas áreas que serão prejudicadas, segundo o prefeito, são: Defesa Civil, videomonitoramento, Upa da Serra Sede, Unidades Básicas de Saúde, Trânsito e Segurança.
No dia 23 de dezembro, a reportagem entrou em contato com a assessoria de imprensa da Prefeitura da Serra questionando sobre o funcionamento dos serviços essenciais. Sem explicar como, o Município informou que os serviços não serão afetados.