Na semana em que o ex-governador do Espírito Santo, Paulo Hartung, sinalizou a possibilidade de disputar novamente a eleição para o governo do Estado, o atual governador, Renato Casagrande (PSB), relembrou o emblemático episódio da paralisação da Polícia Militar em 2017 e cravou: “culpa do governo”, referindo-se a Hartung.
Casagrande fez a declaração durante as comemorações do Dia do Serrano, em um evento realizado na Câmara da Serra neste último dia 26. O governador destacou que, em sua primeira gestão à frente do Estado (2011–2014), o Espírito Santo registrava uma média de 2 mil assassinatos por ano. Ele afirmou que, em 2024, esse número deve ficar abaixo de 900 mortes.
“É um trabalho do Governo do Estado, do Poder Judiciário, das prefeituras e da sociedade. Estamos no caminho certo, com diálogo com as forças de segurança. Quando este Estado perdeu a capacidade de dialogar com as forças de segurança, aconteceu o que aconteceu em 2017. Erro do governo (gestão de Hartung) e responsabilidade de alguns da polícia, e deu no que deu. Então, temos que ter capacidade de diálogo, responsabilidade e saber conduzir o Estado para mudar a vida das pessoas”, disse Casagrande.
O posicionamento do governador ocorre na mesma semana em que a imprensa voltou a especular sobre a possível intenção de Paulo Hartung de retornar à cena política capixaba. A movimentação começou com uma informação publicada pelo colunista Lauro Jardim, que apontou que Hartung vai se filiar ao PSD. Em seguida, o próprio ex-governador publicou uma foto andando de bicicleta, acompanhada da música “Tô Voltando” (1979), da cantora Simone.
Vale lembrar que, no início de dezembro, um levantamento do Paraná Pesquisas mostrou que Hartung teria 17,0% das intenções de voto no primeiro turno para o governo do Espírito Santo. Ele aparece atrás apenas do atual prefeito de Vitória, Lorenzo Pazolini (Republicanos), que lidera com 22,4%. Hartung, inclusive, é apontado como um entusiasta da gestão de Pazolini.
No evento em que Casagrande relembrou a paralisação da Polícia Militar ocorrida na gestão de Hartung, estavam presentes o vice-governador, Ricardo Ferraço (MDB), e o prefeito da Serra, Sérgio Vidigal (PDT), ambos cotados para a sucessão de Casagrande.