Após vários fins de semana com muitas aglomerações e praias lotadas, a Serra ultrapassou a triste marca de 16 mil moradores infectados pela Covid-19. O Município, que é o segundo com mais confirmações e óbitos no Espírito Santo, possui, no total, 16.091 moradores que foram contaminados, 504 pacientes que vieram a óbito e 15.010 pessoas curadas do coronavírus.
De acordo com a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), foram 95 novos casos em 24 horas na Serra e nenhuma morte neste período. Enquanto isso, muitos serranos ignoram a pandemia, lotam praias, bares e outros locais públicos. Na grande maioria das vezes, as pessoas sequer utilizam máscaras de proteção – um dos itens essenciais para evitar a proliferação do vírus.
Há semanas, a Serra está classificada como risco baixo. Na prática, isso significa que não existem mais limites de horários para o funcionamento de comércios, incluindo bares, lanchonetes, restaurantes e shoppings. No entanto, o Governo do Estado pediu que a população mantenha os cuidados necessários e evite aglomerações, principalmente em locais fechados. Mas é exatamente o contrário disso que vem sendo feito por muitos moradores da Serra e também de outras cidades da Grande Vitória.
Nesta semana, conforme noticiado pelo TEMPO NOVO, o governador Renato Casagrande (PSB), alertou a população sobre a necessidade de fechar comércio e outras atividades econômicas caso as “aglomerações exageradas” continuem ocorrendo no Espírito Santo. O governador ainda disse que houve um aumento da taxa de transmissão da Covid-19. Cenas de desrespeito as determinações de distanciamento social e uso de máscara são comuns na Serra, inclusive acontecem juntamente com a superlotação de bares e praias.
“Com a taxa de transmissão aumentando, vai aumentar a ocupação dos leitos e os óbitos. Bom compreender que não resolvemos a pandemia, a pandemia está presente e precisamos contar com a responsabilidade de cada um de nós. Se a gente quiser que as atividades econômicas e sociais continuem funcionando, precisamos mudar nosso comportamento. Se não mudar, daqui a pouco teremos que tomar medidas restritivas porque a matriz de risco aponta: se aumentar óbito, vamos ter que de novo fechar”, disse o governador.
Existe uma grande preocupação por parte das autoridades de saúde e também de moradores, como é o caso dos de Manguinhos, que entraram em contato com a reportagem pedindo uma matéria para denunciar a superlotação do balneário. Também existe o problema de aglomeração em bares. Os estabelecimentos têm ficado lotados durante os fins de semana. Nesses locais, o uso de máscara é ignorado por muitos clientes, que superlotam os espaços. O transporte público também registra muita aglomeração, mas nesse caso, os trabalhadores são obrigados a conviver com a lotação, que persiste por anos.
Casos e óbitos por bairro
Os bairros da cidade com o maior número de óbitos são: Feu Rosa (25), Bairro das Laranjeiras (24), Nova Carapina I (22), Vila Nova de Colares (20), Cidade Continental (17), Parque Residencial Laranjeiras (16) e José de Anchieta I (16). Das mortes na cidade, a grande parte é de idosos ou pessoas com comorbidades, mas também houve registro de moradores mais jovens, com 32 e 43 anos. Nesse caso, sem informações sobre comorbidades. A taxa de letalidade da Serra é 3,2%.
Colina de Laranjeiras é o bairro com maior número de casos confirmados de coronavírus na Serra e já tem 775 confirmações. Em segundo lugar vem Feu Rosa, com 661. Ainda conforme apurado pelo TEMPO NOVO, no Painel Covid-19 – espaço onde o Estado contabiliza os dados do novo coronavírus – o Espírito Santo tem, no total, 132.350 confirmações, 3.551 mortes e 121.154 curados.