Indignados com o constante lançamento de esgoto na Lagoa de Carapebus, moradores da Serra se uniram, durante o último fim de semana, e realizaram um abraço simbólico no entorno do manancial – onde milhares de peixes apareceram mortos no dia 24 de janeiro. A manifestação pacífica teve como objetivo chamar a atenção de órgãos públicos para a preservação do local, além de cobrar providências da Cesan/Ambiental Serra.
Conforme informado pelo TEMPO NOVO no dia 24 do mês passado, a Lagoa de Carapebus amanheceu tomada por peixes de diversas espécies mortos nas águas e também na margem. A cena assustou moradores de Balneário de Carapebus e também turistas que circulavam pelo local. A Prefeitura da Serra foi ao local e constatou lançamento irregular de esgoto e acionou o Ministério Público para investigar os responsáveis.
Uma semana depois, no sábado (30), moradores de Jacaraípe, Carapebus, Manguinhos, entre outros, se uniram e realizaram o manifesto na lagoa. Hanã Carreiro foi uma das organizadoras do protesto. Segundo ela, tudo foi feito para chamar a atenção dos responsáveis, pois a população precisa de respostas.
“O manifesto foi realizado devido o último acontecimento na lagoa. Onde milhares de peixes simplesmente morreram no final do dia. Ninguém sabe por que, mas sabemos que ainda existe esgoto sendo despejado na lagoa. Nós precisamos de respostas”, afirmou a moradora.
Ainda segundo Hanã, o manifesto contou com a participação de 100 pessoas, que agora irão continuar cobrando providências. Eu e mais um grupo juntamos e realizamos o momento do manifesto pacífico em prol da preservação de nossa lagoa do Balneário de Carapebus. A manifestação juntou quase 100 pessoas de várias regiões. Agora iremos acompanhar e cobrar”, finalizou.
Em conversa com a reportagem, ambientalistas da Serra disseram acreditar que há lançamento irregular de esgoto na lagoa.
“Isso é uma tragédia, a causa não é natural com toda certeza. Essa situação é fruto da ação humana e bastante provável que seja poluição por esgoto”, disse o biólogo Cláudio Santiago em conversa com a reportagem.
Já o ambientalista Eraylton Moreschi Junior responsabiliza a Cesan e Ambiental Serra pela mortandade, que ele classifica como ‘crime ambiental’. “Não posso afirmar com toda certeza que as próprias empresas estão lançando esgoto na lagoa, mas como elas são responsáveis pelo tratamento do município e por disponibilizar rede de esgoto para os moradores, direta ou indiretamente elas estão lançando esses resíduos na lagoa”, disse.
Entre os peixes mortos, estão as espécies: robalo, corvina, tainha, pescadinha e outros.
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