A saída profissionais de Cuba que atuavam pelo programa Mais Médicos na Serra já está impactando o atendimento na saúde pública. Tanto que a prefeitura fará neste sábado (01) mutirão para atender moradores dos bairros onde os cubanos atuavam.
O objetivo, segundo da subsecretária de Saúde, Cristiane Stem, é garantir que nenhum morador fique desassistido, sem atendimento, após a saída de 29 dos 30 cubanos do programa. Estarão abertas seis unidades de saúde, entre 7h e 17h: Novo Horizonte, Serra-Sede, Serra Dourada, Jacaraípe, Boa Vista e Carapina Grande.
“Tínhamos 30 cubanos. Destes, 29 têm que voltar para Cuba. Um ganhou na Justiça o direito de ficar e trabalhar, ele continua na unidade ecom contrato com o Ministério da Saúde. Ele atua em Planalto Serrano, Bloco B. Além deste, 12 outros cubanos decidiram ficar no Brasil, mas não têm vínculo com a Prefeitura da Serra; o último dia de trabalho destes foi na sexta-feira (23)”, disse a subsecretária.
Segundo Cristiane, os 12 que anunciaram que vão tentar permanecer no país devem se inscrever no programa, cujo edital determina até 7 de dezembro para brasileiros e, a partir desta data, médicos de outras nacionalidades podem se inscrever. “A comunidade gosta muito deles, nunca tivemos reclamação com medico cubano, pelo contrário, a comunidade comenta que o atendimento é muito qualificado e humano”, frisa.
A subsecretária informou que com a saída dos médicos, a prefeitura remanejou alguns profissionais e convocou outros aprovados no concurso. “O Ministério da Saúde recompôs e das 29 vagas deixadas pelos cubanos, 28 já foram preenchidas. Eles têm até 14 de dezembro para começar as atividades, mas alguns já começaram a trabalhar”, disse Stem, na tarde desta quinta-feira (29).
Os recém-convocados estão lotados em 14 unidades de saúde, segundo Cristiane Stem. Barcelona, Barro Branco, Campinho da Serra, Eldourado, Itinerante (na área rural, como Belvedere, Chapada Grande), Nova Almeida, Porto Canoa, São Marcos, Vila Nova de Colares, Vista da Serra, Feu Rosa, Jacaraípe, Serra Dourada e Serra-Sede.
A rede municipal de saúde tem 450 médicos, destes 79 atuando no programa Mais Médicos. Entre os estrangeiros, há argentinos e bolivianos. Há também brasileiros no programa.
Usuários sofrem com a redução de atendimentos
Moradora de Carapina Grande, Jaqueline Durant reclama que o bairro foi impactado com a saída dos médicos de Cuba. “Minha amiga precisou de atendimento, falaram que a médica não pode atender porque foi substituir um cubano em outra unidade”, relatou.
Jaciara Dias é moradora de Central Carapina e reclama que na unidade do bairro não há pediatra ou ginecologista. “Com certeza a saída dos médicos cubanos impacta, pois já temos dificuldade com médicos, aqui em Central Carapina. Já tínhamos dificuldades com o Mais Médicos, o que vemos em geral são as pessoas reclamando da quantidade de médicos na Serra”, declarou.
Já o morador de Feu Rosa, Elias de Souza, disse não ter notado impacto. “Sou presidente do Conselho de Saúde de Feu Rosa. O atendimento não mudou, as pessoas na minha comunidade estão recebendo o atendimento normalmente, a gerente da unidade é bem ativa e o Conselho é ativo. Tínhamos 4 médicos cubanos, agora temos uma médica atendendo desde ontem (28/11), outro começa na segunda (3) e outros dois estão sendo apresentados à direção da unidade “, disse Elias.