Bruno Lyra
Apontada, ao lado da Vale, como uma das principais poluidora do ar da Grande Vitória, a Arcelor MittalTubarão promete reduzir sua emissão da poeira e gases. A meta da fabricante de placas de aço, cuja planta industrial fica entre os municípios da Serra e Vitória, é reduzir em 24% a poluição até 2018, se comparado aos valores que emitia em 2015.
Segundo o gerente de Meio Ambiente da empresa, João Bosco Reis Silva, uma das melhorias será na sinterização, onde acabam escapando partículas muito finas de minério de ferro, formando um pluma visível nos gases que saem das chaminés. “Será instalado um filtro manga, cujo investimento é de R$ 101 milhões. Essa é uma ação que faz parte de condicionante ambiental discutida com Instituto Estadual de Meio Ambiente (Iema)”, explica.
Uma segunda ação em curso, diz Bosco, é a aplicação de polímero (substância gelatinosa) de maneira permanente sobre as pilhas de carvão e minério de ferro, além da aspersão de melado de cana sobre as vias internas da planta industrial. “Na coqueria foram reformados 147 fornos e em janeiro entrou em operação o despoeiramento no fornecimento de coque. E serão trocados os dois carros de carregamento de coque por modelos, o 1º até dezembro desta ano e o 2º em abril de 2017”, detalha.
Ainda na coqueria, o gerente afirma que estão sendo investidos U$ 10 milhões (cerca de R$ 36 milhões) por ano nas baterias de coque – onde ficam as chaminés branca e vermelha – para reduzir a emissão de fumaça e poeira. “E que neste local já foram instalados novos filtros manga que reduziram em 50% a sujeira que saía das chaminés”, garante.
Sobre a denúncia veiculada na imprensa em fevereiro de que o sistema de retenção de gás enxofre e de vapores amoniacais estaria quebrado naquele mês, a Arcelor disse ser improcedente. “De fato, houve problema entre setembro e outubro de 2015, mas o sistema paralelo da câmara de gás controlou a situação e não houve prejuízo à comunidade”, afirma, acrescentando que a solução definitiva para o defeito já está encaminhada.
Empresa nega desligamento de filtro
Outro questionamento que ganhou força nas redes sociais entre os moradores da Grande Vitória, são as emissões noturnas, cuja visualização é possível ser notada. Dentre as postagens, alegações de que a empresa estaria desligando filtros à noite.
“Isso é impossível, pois os dados das emissões são monitorados 24h. Se filtros forem desligados, isso aparecerá no monitoramento e vamos ser responsabilizados criminalmente. E o que as pessoas enxergam é vapor d’água de processos de resfriamento”, argumenta.
O diretor explicou que o monitoramento é feito pela própria empresa, que repassa os dados para o Instituto Estadual de Meio Ambiente (Iema). “Em 2015 recebemos 34 fiscalizações. Este ano já foram sete. E não apenas do Iema, como também de ações conjuntas com equipes das secretariais municipais de Meio Ambiente da Serra, Vitória, Vila Velha, Cariacica e Viana”, conclui.
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