Maior consumidora do principal rio que abastece a Serra, o Santa Maria, a ArcelorMittal Tubarão anunciou na última que irá dessalinizar água do mar. A medida pode ajudar a reduzir a pressão sobre o sistema de abastecimento da cidade, que chegou a colapsar em setembro de 2016 no auge da superseca, quando faltou água até para atender os bairros que já enfrentavam rodízio àquela altura.
Segundo a assessoria de imprensa da Arcelor, o projeto inicialmente deve produzir 138 litros por segundo. Atualmente a empresa consome algo em torno de 500 litros por segundo(l/s) do Santa Maria, cuja vazão era de 5,7 mil (l/s) na última terça-feira (22), mas que chegou a 1,4 mil (l/s) na superseca de 2016. A empresa usava 1,2 mil litros (l/s) do manancial, mas teve que reduzir o consumo após o governo decretar situação de alerta por conta da seca ainda em 2015.
De acordo com a Arcelor, o projeto de dessalinização deve custar R$ 50 milhões, vai gerar 200 empregos diretos temporários durante as obras e oito permanentes na operação. A capacidade de produção de água dessalinizada poderá ser expandida, mas a siderúrgica ainda não divulgou em quanto.
A empresa disse que já protocolou o pedido de licenciamento do projeto junto ao Instituto Estadual de Meio Ambiente (Iema) e a previsão é que comece as obras este ano. A instalação do sistema, que irá consumir energia gerada na própria planta de Tubarão, deve durar dois anos.
A Arcelor acrescenta que já usa água do mar bruta, cerca de 13 mil l/s para processos de resfriamento de equipamento. Esse líquido, que representa 96,5% de todo o consumo da planta, é devolvido ao mar. Já a água doce usada atualmente tem índice de recirculação de quase 98%.
O Vice-Presidente de Operações, da empresa, Jorge Luiz Ribeiro de Oliveira, afirmou que o projeto usará a tecnologia de osmose reversa, já aplicada em países como Israel, Espanha, Austrália, Argentina e Estados Unidos.