A população da Grande Vitória voltou a ver ‘nuvens’ de poluição lançada pelo Complexo Industrial de Tubarão na última quarta-feira (01). Desta vez a responsabilidade é da ArcelorMittal Tubarão, empresa cuja estrutura industrial fica parte na Serra, parte em Vitória.
O caso foi denunciado ao Instituto Estadual de Meio Ambiente (Iema) pela ong Juntos SOS ES Ambiental, cuja sede fica em Vitória. Em publicação na sua página no Facebook, a ong informou ter recebido as imagens da emissão por volta das 10h e 30 da quarta-feira.
Em nota enviada à reportagem a ArcelorMittal Tubarão disse que a emissão foi resultado de “evento isolado” na coqueria e corrigido rapidamente. Veja ao final da matéria a explicação da siderúrgica na íntegra sobre o que ocorreu e as medidas adotadas.
A reportagem apurou que a coqueria é uma unidade produtiva dentro do processo de fabricação do aço onde carvão mineral é cozido e transformado em coque. Produto que posteriormente é misturado ao minério de ferro e ao calcário até chegar ao aço.
Durante a fabricação do coque, na coqueria, poluentes tóxicos são gerados. Dentre eles os gases monóxido de carbono (CO), benzeno (C6H6), além do pó preto de carvão. Mas a ArcelorMittal Tubarão não informou as substâncias lançadas no ar no episódio de ontem(01).
A reportagem questionou o Iema, órgão responsável pela licença ambiental da ArcelorMittal Tubarão, que providências irá adotar em relação ao caso. Assim que o Iema se posicionar, Tempo Novo publicará neste espaço.
Além do pó preto e outros poluentes mais difíceis de serem avistados lançados no ar cotidianamente, emissões visíveis são recorrentes no Complexo Industrial de Tubarão (Vale e ArcelorMittal Tubarão). No último dia 13 de janeiro, foi a vez da Vale lançar uma ‘nuvem’ de poeira grená. Já madrugada do dia 17 de julho de 2019, a poeira emitida pela ArcelorMittal foi tão intensa que caiu feito ‘chuva’ sobre casas e moradores na região de Carapebus, Serra.
Para a médica pneumologista Ciléia Martins, que integra a Sociedade de Pneumologia do Espírito Santo, a exposição permanente à poluição siderúrgica fragiliza ainda mais os portadores de doenças respiratórias crônicas, que segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) estão no grupo de risco à Covid-19, pandemia que assola o planeta.
Empresa diz que evento foi de curta duração e promete reduzir emissões
A ArcelorMittal Tubarão enviou, na noite de ontem (01), nota sobre o ocorrido na coqueria. Confira a íntegra da nota.
A ArcelorMittal Tubarão informa que hoje, dia 01/04, por volta das 10h, houve um evento isolado na sua unidade de Coqueria que provocou a visibilidade mostrada na foto. O evento foi de curta duração e corrigido de imediato.
A empresa está fazendo investimentos de R$ 574 milhões em sua unidade de coqueria, que passará a contar com uma nova e mais moderna bateria de coque. Há, ainda, outros R$ 74 milhões (US$ 20 milhões) sendo investidos em iniciativas que otimizam seus controles ambientais com foco em potencializar os seus procedimentos e tecnologias.
Por fim, acrescenta que todas as medidas adotadas são monitoradas diariamente por inspeções em campo, sistemas informatizados e monitores contínuos instalados em suas chaminés, e que todas essas informações são reportadas aos órgãos ambientais e disponibilizadas em nosso site (brasil.arcelormittal.com).
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