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Aristóbulo Barbosa Leão: serrano e exemplo de ser humano que eternizou seu nome na escola ABL

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Aristóbulo nasceu em 6 de junho de 1887, na Serra e morreu em 28 de abril de 1977, aos 90 anos de idade. Crédito: fotos cedidas pela então diretora do ABL ao TN em 2011.

Aristóbulo Barbosa Leão é um nome fortemente gravado na retina do capixaba, pois dá nome a inúmeras escolas (como a estadual do Parque Residencial Laranjeiras), ruas, projetos pedagógicos, etc.. Aristóbulo também é modelo para quem atua como educador, assim como para trabalhadores de áreas afins. E não é para menos, tendo em vista sua dedicação e seu amor à educação capixaba, tendo contribuído, em muito, para seu aprimoramento, em uma época em que este tipo de atitude não era exatamente fácil de exercer.

Em seis de junho de 1887, na Serra, nascia Aristóbulo Leão, numa família de onde sairiam três outros respeitáveis nomes que estão na história da Educação do Espírito Santo: seus irmãos Miguel e Kosciuszko e sua sobrinha Judith, 1ª mulher a se eleger para o Poder Legislativo do Estado (da qual já foi tema de um episódio do Histórias da
Serra, que você pode ler clicando aqui).

Aristóbulo atuou como professor de Francês e Matemática; jornalista profissional publicou artigos e ensaios nos jornais “A Tarde” e “Folha do Povo”; é autor de diversos hinos escolares, entre eles “O Livro e a Pena”; publicou os livros “Não choreis, amigos” (1920), “Alocução pedagógica” (1921) e “Do país da sombra para o país da luz: Padre Carlos Calleri” (1927).

É patrono da Cadeira n° 10 da Aleas (Academia de Letras e Artes da Serra) foi membro do Instituto Histórico e Geográfico do Espírito Santo (IHGES) e 1º ocupante da Cadeira n° 8 da Academia Espírito-Santense de Letras (AESL).

Fundou a escola São Vicente de Paula, uma das maior importantes do ES

Em 1913, Aristóbulo, Miguel e Kosciuszko criaram o Ginásio São Vicente de Paula,  no centro de Vitória, que viria a ser uma das mais conceituadas escolas da cidade. Judith, sobrinha dos três atuou como professora. Nesta escola, Aristóbulo editou a revista “Mocidade”, na qual figuram belos trabalhos em prosa de sua autoria, de alunos e professores.

Quando era diretor do São Vicente, Aristóbulo teve que se submeter a exames parcelados das matérias que compunham o então Curso Secundário, no Colégio Pedro II, no Rio de Janeiro. Foi aprovado em todas as disciplinas com distinção plena, causando admiração aos examinadores, tantos os conhecimentos humanísticos que demonstrou.

Cursar o Pedro II foi necessário porque, apesar de formado em Humanidades como seminarista, no Colégio São Vicente de Paulo de Petrópolis (RJ), dirigido por padres lazaristas, estes estudos não eram reconhecidos oficialmente.

Como se opunha ao então governador do ES, Jerônimo Monteiro, Aristóbulo sofreu muitas perseguições políticas. Em 01/12/1971, os irmãos doaram o prédio e todos os pertences do Ginásio São Vicente de Paula à Prefeitura de Vitoria, com a condição de que fosse conservado o nome do patrono, o que ainda hoje é respeitado. No mesmo ato, doaram também um terreno situado na Esplanada Capixaba. Aristóbulo permaneceu na direção da escola até seu falecimento, em 28 de abril de 1977, aos 90 anos de idade.

“Dedicação integral à escola que criou”

Trechos da comovente saudação do escritor e jurista João Baptista Herkenhoff quando tomava posse como sucessor de Aristóbulo na Cadeira n°8 da AESL, em 06/06/1977:

“Foi como mistério que, nesta inesquecível noite de posse, busquei encontrar o espírito de Aristóbulo Barbosa Leão, meu antecessor, a fim de lhe descobrir a identidade, os motivos, a razão existencial. Esforcei-me por reconstituir a figura dele, como é de praxe nas posses acadêmicas.

Aristóbulo era homem de vida disciplinada. Não fumava. Não bebia. Era organizado e pontual. Sua grande obra não foi literária, porém a fundação do Ginásio São Vicente. E o maior gesto de sua vida foi a doação do Ginásio à Prefeitura Municipal de Vitória. O Ginásio era a menina de seus olhos, a ele dedicou-se integralmente. Tudo que fez tudo que falou tudo que escreveu teve como núcleo o Ginásio.

Não obstante a disciplina rígida adotada, seu relacionamento com os alunos era muito carinhoso. Os alunos brincavam com ele, a todos conhecia pelo nome. Estava sempre disposto a orientar e aconselhar. Nunca elevava a voz quando se dirigia a alguém. Valorizava o trabalho dos professores, incentivava-os. Criava no ginásio um ambiente de cooperação.

Manteve-se solteiro até o fim da vida. Espírito místico é possível que tenha escolhido o celibato para realizara doação total. Professava a fé espírita. Inspirava a mais completa confiança. Amava a natureza e gostava de cantar.

Alguns de seus mais íntimos colaboradores no Ginásio acham que ele não foi compreendido, pensam que foi esquecido pelo povo e que, no atual Ginásio São Vicente, não há mais sua presença.

Seu centenário de nascimento (1987) não foi reverenciado. Algum dia sua memória terá de ser resgatada em todo o seu esplendor e grandeza.

Quanto à pedagogia de Aristóbulo, cometeríamos um erro metodológico – o anacronismo – se pretendêssemos examinar seu pensamento em matéria de ensino à luz das ideias vigentes hoje. Contudo, mesmo no seu tempo, Aristóbulo tinha a compreensão de princípios ainda bastante atuais.

O respeito à pessoa humana fica evidenciado quando, num edital de notas obtidas pelos alunos, constata-se que foram omitidos os nomes dos alunos insuficientes e reprovados.

Não obstante seu colégio destacasse o mérito individual, ele entendia que cada um deveria crescer segundo sua medida e que havia tempo para todos progredirem.

Aristóbulo Barbosa Leão, se vivo fosse, não manteria no São Vicente de hoje a pedagogia de ontem. Ele acreditava numa ‘lei universal do ritmo’ e na ‘lei da evolução’. Que tudo deve ser renovado.

De permanente, em Aristóbulo, é o amor que teve à educação, a consagração integral do homem à obra, a fidelidade aos princípios nos quais acreditava. São valores que o tempo não modifica.

O conjunto de suas produções permite fixar a linha do seu pensamento: visualizava a vida terrena (sombra) em contraste com a vida depois da morte (luz). Entendia a natureza como mestra. Realçava os valores da solidariedade, da união, da harmonia, da fraternidade. Tinha o amor como síntese da virtude. Julgava que todos os seres do universo estavam unidos numa só cadeia.”

Este texto é uma adaptação da coletânea produzida e publicada pelo Jornal Tempo Novo em 2011, com o nome: ‘Protagonistas da Serra’. Escrito originalmente pelo jornalista Maurilen de Paulo Cruz e publicado na edição 932.

Fontes utilizadas à época:

1º bloco/ Fontes: Livros “Serra em Prosa & Versos (Poetas e Escritores da Serra)”, de Clério José Borges de SanfAnna (2006), págs. 34/5, e “Patronos e Acadêmicos” (da Academia Espírito-Santense de Letras), Francisco Aurélio Ribeiro, 3a edição (2010), pág. 57.

2° bloco/Fonte: www.diaadianews.com.br/artigos/455/supremacia_do_sersobreoter

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