Iniciativa é da Apae, que oferece oficina de pintura, criação e decoração de objetos
Não é novidade que a arte aguça a sensibilidade e a inteligência, tornando as pessoas melhor preparadas para viver em sociedade. Pois são esses benefícios que os alunos atendidos pela Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) de Laranjeiras estão experimentando com oficinas onde aprendem pintura, criação e decoração de objetos.
Um dos responsáveis pela iniciativa é o pedagogo Warraru Nunes. Ele explica que a arte é o pano de fundo para ensinar os alunos a terem maior autonomia em seu cotidiano. “Nas oficinas, buscamos melhorar a coordenação
motora dos alunos, através da pintura, além de desenvolver o conceito das obrigações de cada um. Recebemos uma doação de camisas da Hering e fizemos pinturas inspiradas em diversos artistas”, destaca.
Warraru disse que além das pinturas em tecidos, os alunos – todos eles possuem algum grau de deficiência física e/ou
mental – pintam telas, decoram almofadas, bolsas e pequenas caixas. Todo o trabalho é feito no Centro de Vivência da instituição.
O resultado é observado no convívio dos alunos com a família. Eliza da Silva Carmo, mãe de Lourena da Silva Rego, de 27 anos, diz que a filha está há cinco anos na Apae. “Depois que ela passou a praticar a pintura, melhorou a linguagem e a socialização. Tenho certeza que isso está relacionado ao trabalho com arte”, assevera.
João Marcos Cypriano, de 20 anos, também demonstra muita simpatia e socialização. “Gosto muito de pintar quadros de carros e gosto também de tirar foto e ficar no computador.” O jovem é ligado em tecnologia e adora as aulas no laboratório de informática.
Há alunos que evoluíram tanto que até viraram monitores dos novatos. É o caso de Josiane Morato da Silva. “Eu ensino e também aprendo com eles. Os estudantes são sementes que são plantadas e regadas para depois se espalharem”, filosofa.
Com incrível lucidez para quem a vida impôs limitações, Josiane contou que sonha em ser professora. Ela também estuda, à noite, escola convencional e ajuda a família nas tarefas de casa.
O presidente da Apae de Laranjeiras, Nilton Carlos Walcker, diz que trouxe a experiência do trabalho com arte da
Apae de Cariacica. Segundo ele, até julho o Centro de Vivência – local das oficinas de arte – era mantido com recursos
próprios. “Em 1º de agosto foi assinado um convênio com o Governo do Estado onde será repassada uma verba para a Prefeitura –, através do recurso Fundo a Fundo, para ser investida em novas atividades do Centro de Vivência, como a criação de uma cozinha experimental e de um quarto, a fim de que se acrescente ao estudo dos alunos aprendizados relativos ao seu cotidiano, como cozinhar e arrumar cama. Dessa forma, o Centro de Vivência passa a ser visto como um centro de sobrevivência. O repasse será de 33 mil reais”, detalha.
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