As mãos hábeis de quem ajuda a música a ganhar vida

 

O luthier Rodrigo Lemos constrói e reforma violões, violas, cavaquinhos e ukeleles. Foto: Divulgação

Ana Paula Bonelli

A música está presente no dia a dia de quase todo mundo. E é pela voz dos cantores e talento dos instrumentistas que ela ganha vida. Mas isso só é possível graças às mãos hábeis do luthier, profissional que domina a arte de construir instrumentos.  

Caso de Rodrigo Lemos Soares Stephanini, que foi criado e hoje trabalha como funcionário público Serra, e que ainda tem tempo de construir instrumentos na luthieria Preservate em João Neiva.  Rodrigo constrói e dá manutenção em violões, violas, cavaquinhos e ukuleles. “Fiz curso de fabricação de ukulele no instituto Preservarte, fundado por Renato Casara e família há mais de duas décadas em João Neiva, e é referência internacional em lutheria. No curso, fui aluno do Beto Lemos, com quem trabalho atualmente”, conta.

Rodrigo destaca que o dia a dia de um luthier é desafiador, porém gratificante. “Temos a responsabilidade de dar voz às peças de madeira e a melhor parte disso é que trabalhamos com o que amamos”, destaca.

O custo de reparos em um violão varia. A troca de um rastilho, por exemplo, custa em média R$ 50. Já a troca de trastes com reparo na escala, pode chegar à R$ 180. O luthier dá a dica para quem tem um instrumento e deseja mantê-lo em bom estado. “Tratar seu instrumento com muito zelo e carinho. E sempre que for dar manutenção, buscar um profissional competente. Consertar um trabalho mal executado é, quase sempre, mais trabalhoso que o conserto de origem”, explica Rodrigo.

A oficina de Toninho do Acordeon funciona em Laranjeiras. Foto: Ana Paula Bonelli

Em Laranjeiras, Antônio Massi de Lima, o popular Toninho do Acordeon é o destaque em lutheria quando o assunto é acordeon ou sanfona. Ele faz manutenção e afinação. “Trabalho com conserto de acordeon ou gaita. E faço afinação de acordo com a quantidade de castelo. Também tenho uma loja na qual vendo os instrumentos. Acordeon em segunda de voz sai, em média, a R$ 600. Acordeon em terça, a R$ 700, em quarta, a R$ 800 e com dupla ressonância, sai a R$ 1 mil. Os foles que coloco são fabricado no Rio Grande do Sul e custam em média R$ 1 mil”, revela Toninho, que anuncia seu trabalho na internet e atende clientes de todo o país.  

De origem francesa, luthier é o nome dado ao profissional que constrói e faz manutenção de instrumentos musicais. Ele existe tanto em oficinas pequenas, artesanais, como nas grandes indústrias de instrumentos. E faz parte de uma tradição milenar, originada nas grandes civilizações da antiguidade, como a egípcia, a grega e a romana.   

 

 

Ana Paula Bonelli

Moradora da Serra, Ana Paula Bonelli é repórter do Tempo Novo há 25 anos. Atualmente, a jornalista escreve para diversas editorias do portal.

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