Por Bruno Lyra
Há 1,5 ano a frente da Secretaria de Turismo, Cultura, Esporte e Lazer (Setur) da Serra, Ronaldo Schimit fala da chegada da alta temporada nas praias e da preparação do município para receber os turistas e as pessoas de cidades vizinhas que passam o dia nos balneários. Ele também detalha as ações da Prefeitura para incrementar a visitação em pontos turísticos e avalia o impacto positivo do turismo de negócios. Confira.
Quantos turistas a cidade deve receber nesta alta temporada e como a cidade se preparou para isto?
Serão cerca de 150 mil visitantes até o final do Carnaval. Esse número não inclui as pessoas que moram em cidades vizinhas e que vão passar o dia nas praias, depois voltam para casa. Cerca de 70 % dos turistas que pernoitam ficarão em casas de veraneio ou de parentes e amigos. A maioria desses turistas vêm de Minas Gerais, mas tem uma parte importante do noroeste do Espírito Santo. Há dois meses estamos trabalhando junto ao SEBRAE para cursos de atendimento ao cliente no trading turístico e também junto aos artesãos.
E o público nos balneários para a virada do ano?
A expectativa é boa, teremos três pontos de queima de fogos. Um em Jacaraípe, outro em Maguinhos e um terceiro em Nova Almeida. Será 1,5 tonelada de fogos, e esperamos 35 mil pessoas. A queima vai durar oito minutos em Jacaraípe, cinco minutos em Manguinhos e nove em Nova Almeida. Vamos ter mais ônibus para esse período. Além disso, durante o verão teremos programação cultural em Manguinhos e Jacaraípe. Em Nova Almeida, Folia de Reis e as festas de Sebastião e Benedito, que estão no contexto de aniversário da localidade.
Há quantos leitos em hotéis e pousadas na cidade?
Concluímos um levantamento entre outubro e novembro, que apontou 2.795 leitos entre hotéis, pousadas e colônias de férias. Até o Carnaval as pousadas estão com 100% de ocupação e os hotéis com 70%. As colônias também estão com ocupação máxima.
Empresário e moradores de Jacaraípe apontam decadência do turismo no balneário. O que aconteceu e como reverter?
Começamos a dialogar com o sindicato dos hotéis e dos restaurantes para poder entender o que aconteceu e assim, poder trabalhar o planejamento melhor. No verão vamos ter shows nacionais em Manguinhos e Jacaraípe, que teve a Praça Encontro das Águas reformada. Estamos trabalhando para trazer o turismo de antigamente.
Falta estrutura das orlas de Bicanga, Carapebus e Nova Almeida. Há algum plano do município para melhorá-las?
Em outubro fizemos o levantamento de todos esses pontos. A partir disso, eles estão algumas melhorias emergenciais eles estão sendo a certado para ter um verão tranquilo. E estamos com ideia de fazer essa vistoria de três em três meses.
Qual a avaliação do senhor sobre os festivais de Jazz e gastronômico de Manguinhos?
É um evento muito importante onde tivemos ocupação de 100% dos hotéis e 70% das pousadas da cidade. E o Manguinhos Gourmet também, pois traz gente de toda a Grande Vitória para o balneário, movimentando os bares e restaurantes. Manguinhos já virou referência em gastronomia.
No final de 2014 o prefeito de Guarapari manifestou intenção de dificultar a ocupação de casas por dezenas de turistas com baixo gasto per capta. O que o senhor acha?
Acho que ele foi muito infeliz na fala dele. O município tem de estar de portas abertas a todos e é assim que fazemos na Serra.
A Serra tem noção de quanto é o gasto per capta do turista de lazer ou de negócios?
Ainda não temos esse levantamento.
Quantos empregos o turismo gera na Serra e qual a participação da atividade no PIB?
Também não temos essa informação.
A violência atrapalha o turismo na Serra?
A violência está no Brasil como um todo. Mas a gente vem trabalhando com o 6º Batalhão da PM, que por ser um só é insuficiente para a cidade. Mesmo assim eles estão fazendo uma preparação especial para o verão e o carnaval.
O Mestre Alvaro é um importante ponte de visitação, mas sem estrutura nenhuma…
Estamos tentando montar um grupo de trabalho para melhorar o local. Mesmo assim, cerca de 1,6 mil visitam o Mestre Álvaro todo ano, sendo 600 de abril a novembro e mil de dezembro a março. É um local fora de série em que todo mundo que vai gosta.
E como anda o turismo de negócios, são quantos por ano? Temos hotéis na BR 101 e na região de Laranjeiras…
Ainda não temos o número de turistas de negócios, mas precisamos fazer. A cidade está numa posição central do ES, com polos industriais e o Pavilhão de Carapina, que recebe Feira Internacional de Mármore e Granito, além de outros eventos. Durante a Feira do Granito, no ano passado, tivemos quase 25 mil pessoas. Gente dos Estados Unidos, China, Itália, Venezuela, além de brasileiros de outros estados que acabam ficando aqui, saem, comem, conhecem e depois vão agregando aquilo ali e futuramente voltam para lazer.
Como trazer o turismo histórico nas ruínas do Queimado, palco da maior revolta de escravos da história do ES?
Existe um projeto de estabilização das ruínas e outro para visitação. A prefeitura já licitou projeto para planilhar essa estabilização, para junto ao estado conseguir restaurar. Há um outro projeto para buscar recursos visando a estruturação do espaço para visitação. Temos também outros dois pontos de visitação, a Igreja dos Reis Magos que ficará aberta nos fins de semana durante o verão e a Vila das Artes em Jacaraípe, formada pela Casa de Pedra do Neusso e artistas que montaram ateliês no entorno. Só na Vila das Artes a estimativa é que recebamos, no verão, de 350 a 400 pessoas por dia.
Há outros pontos que também recebem bom fluxo de visitantes?
Temos os sítios dos circuitos de agroturismo, o Jardim Botânico na Serra Sede e ainda o Parque da Cidade, em Laranjeiras. Este último teve 600 mil visitas em 2015, sendo 240 mil só de novembro a dezembro. Com a árvore de Natal o parque atrai 7 mil pessoas por dia.
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