Médico Cirurgião, Professor Associado de Cirurgia da UFES e PhD. Esse é parte do curriculum de Gustavo Peixoto, um profissional que está na luta contra a Covid-19 desde o início de 2020, quando o vírus chegou a solo capixaba. Em meio a tantas dúvidas e incertezas, o médico publicou um vídeo em suas redes sociais do qual dimensiona a situação da saúde pública-privada do ES e faz orientações importantes para a população.
De acordo com ele, a chamada 3º onda da Covid-19 será uma tsunami e precisamos agir para tentar mitigar os impactos e salvar vidas. Vale lembrar que desde quinta-feira da semana passada (18) o ES está em estado de quarentena, que vai até o dia 31.
“As primeiras ondas de Covid-19 foram apenas treinamentos para a gente entender como se comportar. O verdadeiro tsunami está chegando agora no Espírito Santo. Temos cepas mais diferenciadas com maior poder de disseminação e maior virulência, portanto o momento mais crítico da pandemia é esse de agora”, cravou o médico.
De acordo com ele, existem muitas polêmicas em torno do lockdown, que é um protocolo de isolamento que geralmente impede o movimento de pessoas e/ou cargas – medida que ainda não foi tomada pelo Governo do Estado. O médico disse que a utilização do lockdown como forma de conter o contágio e diminuir o percentual de ocupação de leitos, funciona, no entanto, reconheceu que a medida é de difícil digestão para parte da população.
“Tenho visto muita polêmica nas redes sociais, comentando ‘ah se lockdown funcionasse, um país precisaria fazer duas ou três vezes…’ é exatamente o contrário. Lockdown funciona, e não é atoa que Israel lançou mão dessa alternativa três vezes. Se não tivesse funcionado na primeira, não haveria a necessidade de fazer mais duas vezes”, citou dr. Gustavo.
O médico ainda detalhou o exemplo da cidade paulista de Araraquara, da qual fez o lockdown em fevereiro desse ano, devido ao risco de colapso na sáude, e registrou queda acentuada nos números de contaminações.
“Vou dar um exemplo local da cidade de Araraquara em São Paulo. Todos nós sabemos que a cidade passou por um momento muito crítico em fevereiro e foi decretado o lockdown. Três semanas depois houve redução de 66% das pessoas contaminadas com Covid-19. Portanto, o lockdown funcionou. Em seguida nos podemos observar que o numero de casos novos de Covid por semana reduziu em 51%, além disso, a média móvel diária de novos casos reduziu em 50%”, exemplificou.
E completa: “é balela falar que lockdown não funciona. Lockdown funciona muito bem. Agora obviamente ninguém gosta de medida restritiva, ninguém gosta de ficar isolado, ninguém gosta de não poder abrir o comércio… de não poder ir trabalha. Obviamente chegamos a essa situação por alguns motivos: nós brasileiros temos uma grande dificuldade em termos de disciplina, usar máscara, manter distanciamento social, medidas de higiene… e as lotações dos hospitais é crítica; se nos tivermos novos casos nós não teremos como dar assistência medica. Infelizmente lockdown é doloroso mais é necessário”, disse o médio dr. Gustavo Peixoto.
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Números de Covid na Serra
Sendo a segunda cidade capixaba com o maior número de casos confirmados e mortes causadas pelo coronavírus, a Serra registrou uma nova alta no número diário de óbitos neste fim de semana. De acordo com a última atualização divulgada pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), em apenas 48 horas, foram contabilizados mais 10 moradores mortos por complicações causadas pela Covid-19.
Na semana passada, a cidade vinha registrando uma média de dois a três óbitos por dia. Neste sábado (20) e domingo (21) foi o dobro: 10 em 24 horas. Segundo os dados mais recentes publicados no Painel Covid-19, a Serra já registra, no total, 44.930 pessoas que foram infectadas, 815 mortes e 43.333 moradores considerados recuperados da doença.