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Assaltos e arrastões aterrorizam passageiros do Transcol na Serra

Passageiros relatam constantes assaltos e arrastões dentro dos coletivos que circulam na Serra. Foto: Gabriel Almeida

Assaltos e arrastões estão fazendo parte da rotina de quem utiliza o sistema Transcol na Grande Vitória. E na Serra, não é diferente: seja esperando o ônibus ou embarcado no coletivo, uma coisa é certa: a incerteza e a falta de segurança têm sido companheiras de viagem dos passageiros que temem pela própria vida. No último domingo (25), um jovem de 18 anos foi assassinado durante um assalto que ocorreu dentro de um ônibus do Transcol. O caso aconteceu em Vila Velha na linha 619.

Na Serra, os moradores também reclamam da insegurança e relatam casos de assaltos e arrastões que ocorreram dentro dos coletivos. Uma moradora de Colina de Laranjeiras que prefere não se identificar por medo, conta que já foi assaltada indo para a Serra-Sede. “Embarquei em um ônibus próximo ao EPA da BR-101 e os criminosos já estavam lá dentro. Próximo a São Marcos os bandidos anunciaram o assalto e levaram meu aparelho celular. Apontaram a arma para todo mundo e roubaram o smartphone de muita gente. Logo depois desceram do ônibus e seguiram andando normalmente”, relata a passageira que afirma ter ficado traumatizada.

Ivo Lopes, de Campinho da Serra I, também utiliza o sistema Transcol e já foi assaltado duas vezes dentro dos coletivos. “O primeiro assalto foi durante a noite, por volta das 22 horas durante a semana. Estava saindo da Ufes com destino a minha casa. O assalto aconteceu no 591, que a linha Serra/Terminal de Campo Grande (na Reta do Aeroporto). Eram três caras. Um estava mostrando a arma e andando pelo corredor enquanto os outros dois pegavam os objetos das pessoas, o foco sempre eram os celulares, mas as mulheres sofriam mais por conta dos brincos e anéis”, explica.

Ivo também contou como foi o segundo assalto. “Foi num sábado logo após o almoço. Embarquei em Campinho da Serra com sentido a Laranjeiras. Os bandidos já estavam lá dentro e anunciaram o assalto no trecho de Cidade de Pomar. Os dois estavam com pressa para saltar em Nova Carapina, o que deixou as pessoas mais tensas durante o assalto, porque eles estavam muito nervosos”, afirma.

Também morador de Campinho da Serra I, Wellington Nanall, já foi assaltado e presenciou diversos roubos dentro dos ônibus. “Já presenciei diversos assaltos a mão armada e arrastões dentro dos coletivos. Linhas 814, 829, 591 e 827 sofrem com esse tipo problema. Hoje quando utilizo o transcol me sinto amplamente inseguro”, disse.

Moradora de Jardim Limoeiro, Bárbara Lopes, que trabalha em Vila Velha, pega todos os dias os ônibus que saem do Terminal de Jacaraípe com destino ao Terminal de Carapina. “No ponto de ônibus fica todo mundo com medo, a insegurança é grande ali naquela região. Quando entramos no coletivo, a sensação não melhora, são muitas pessoas pulando roleta e ficamos o tempo todo assustados, nos vigiando. Hoje em dia tememos pelas nossas vidas viajando no Transcol”, conta.

Bárbara também faz uso das linhas 883 e 884, que saem dos balneários de Bicanga e Carapebus com destino ao Terminal de Laranjeiras e diz que o medo faz os moradores esperarem o ônibus na portaria do condomínio. “Ali precisamos esperar o ônibus em frente à portaria por conta dos constantes assaltos”, declara a moradora do residencial Parque dos Pinhos II.

Cobrador relata insegurança

E não são apenas os passageiros que sentem a insegurança ao andar nos coletivos. O cobrador da linha 507 (Terminal de Laranjeiras/Terminal do Ibes), Helder Oliveira, diz que a sensação de insegurança toma conta das viagens. “Eu já presenciei assaltos na linha que trabalho. Os bandidos embarcam no terminal, se espalham pelo ônibus e quando está chegando na região de Carapina ou José de Anchieta eles levantam e anunciam o assalto. Mandam o motorista ir devagar  e quando terminam de fazer a limpa descem e fogem para dentro das comunidades”, detalha.

Policiais fazendo abordagem em ônibus. Foto: Divulgação PM

Polícia diz que realiza abordagens para combater crimes

A reportagem entrou em contato com a Polícia Militar (PM) que afirmou que atua no combate à criminalidade e que, diariamente, realiza ações também voltadas para a segurança dos motoristas, cobradores e passageiros de coletivos.

Ressaltou ainda que somente no período de janeiro desse ano até a última segunda-feira (25) a Polícia Militar realizou mais de 66 mil abordagens a ônibus em toda a Grande Vitória, havendo uma média de 200 ônibus abordados a cada dia na região metropolitana.

As operações acontecem em diversos pontos simultâneos e itinerantes todos os dias, em horários estratégicos. A PM reforça ainda que, em casos de roubos e assaltos, a vítima não deve reagir, uma viatura deve ser solicitada imediatamente através do Ciodes (190).

A PM não informou quais as linhas que mais sofrem com assaltos na Serra.

Gabriel Almeida

Jornalista do Tempo Novo há mais de oito anos, Gabriel Almeida escreve para diversas editorias do jornal. Além disso, assina duas importantes colunas: o Serra Empregos, destinado a divulgação de oportunidades; e o Pronto, Flagrei, que mostra o cotidiano da Serra através das lentes do morador.

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