Deputados estaduais capixabas escolheram o Dia Nacional de Luta pela Educação e entraram na briga contra os cortes anunciados pelo governo de Jair Bolsonaro (PSL) e que atingem instituições de ensino superior e educação básica em todo o país.
A Assembleia Legislativa entrou na Justiça para impedir que os cortes atinjam o Espírito Santo, e durante a sessão desta quarta-feira (15), deputados comentaram o assunto. Alguns solicitaram que ação especifique a importância de se manter os recursos, destacando ainda a importância dos institutos federais, diretamente impactados com os cortes.
Alguns deputados utilizaram a tribuna da Casa para criticar a iniciativa do Governo. Entre eles Sergio Majeski (PSB), Fabricio Gandini (PPS), Janete de Sá (PMN) e Iriny Lopes (PT).
Ifes da Serra é afetado por cortes e pode fechar as portas
Um das instituições afetadas com a decisão do Governo Bolsonaro, o Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes) de Manguinhos, só terá verba para funcionar até setembro deste ano. A estimativa da administração do Campus serrano diz que após essa data, o instituto poderá fechar as portas já que não terá como pagar contratos de serviços essenciais para o funcionamento da unidade como segurança, limpeza, água, luz, entre outros gastos.
“A gente já estava trabalhando no mínimo. Quando vem um corte desse de 30% vamos ter que tirar mais ainda para se adequar. Um exemplo é um aumento na conta de energia ou na conta de água que pode acontecer. Nós temos uma estimativa. Chego até setembro e depois eu não tenho da onde tirar mais (dinheiro)”, alerta o diretor de administração e planejamento do Ifes de Manguinhos, Emerson Atílio o Campus Serra.
Entenda os cortes do Governo Bolsonaro
Toda a polêmica dos cortes do Governo Bolsonaro começou quando o ministro da Educação, Abraham Weintraub, anunciou que iria cortar 30% das universidades federais que estariam, segundo ele, provendo “balbúrdia”. “Universidades que, em vez de procurar melhorar o desempenho acadêmico, estiverem fazendo balbúrdia, terão verbas reduzidas”, disse o ministro
Na ocasião, o ministro acusou de promover “balbúrdia” a UnB (Universidade de Brasília), UFBA (Universidade Federal da Bahia) e UFF (Universidade Federal Fluminense) e os cortes seriam apenas nessas instituições.
Após a polêmica gerada e acusações de perseguição contra as instituições, o Ministério da Educação disse que não realizaria o corte apenas nas universidades que “promoveriam balbúrdia”, mas que o contingenciamento seria em todos os institutos federais e universidades.