
A reconhecida ativista pelos direitos humanos, moradora da Serra, Debora Sabarah usou as redes sociais para criticar com veemência um posicionamento dado pelo deputado, também com domicílio na Serra, Vandinho Leite. Em uma publicação nas redes sociais, o parlamentar expôs um curso que tratar sobre o tema de vulnerabilidade masculina, que segundo ele, ensinaria homens a “seres menos macho”. Vandinho chegou a sugerir a apresentação de um projeto de Lei para proibir a promoção de cursos similares no Espírito Santo.
Essa publicação causou revolta na ativista trans da causa LGBTQIA+, Deborah Sabara. Em resposta a publicação do deputado, ela disse que já sofreu com essa cobrança na sociedade para ser “mais macho”, “andar na rua igual macho, se comporta como macho”, citou também outras falas, classificadas como nocivas: “macho não chora, macho joga bola, macho pega todas as mulheres, macho bate em mulher, macho não aceita separação, macho mata a mulher se ela terminar o relacionamento”, completou a ativista.
Em uma resposta direcionada ao deputado, a ativista disse: “seja menos macho e mais humano seja menos macho e mais respeitoso, seja menos macho e respeite o direito das pessoas em querer se menos macho, pra não ser um ignorante”.
Ela cobrou políticas públicas de promoção para as minorias que sofre exclusão social, violência e preconceito: “vamos dialogar sobre menos macho + saúde das mulheres, menos machos + mulheres vivas, menos machos + delegacia da mulher, menos macho – criança órfãos, menos macho – deputado Vandinho, menos machos + mulheres vivas, menos macho mais + mulheres no parlamento”.
Por fim, Debora classificou o deputado como “LGBTFIBICO” e lembrou que o Espírito Santo já esteve entre os estados que “mais assassinaram mulheres” e finalizou: “queremos homem menos machos e mais respeitosos”.
O outro lado
Procurado pela reportagem, Vandinho Leite encaminhou uma nota, afirmando que “tais movimentos de combate ao conservadorismo querem impor a forma pela qual pensamos” e que “vai continuar utilizando o mandato em prol da unidade familiar preconizada pelos valores cristãos e não vai aceitar tentativas de coação e de censura por parte de tais movimentos, que buscam inverter os valores e calar os conservadores”.
Vandinho disse ainda que por meio da Frente Parlamentar Evangélica Conservadora, proposta por ele na Assembleia, “os temas relacionados às políticas de valorização da família tradicional” serão intensificados. O deputado completou afirmando que com o retorno do PT ao Governo Federal, é “preciso atenção”, já que na opinião dele, “os movimentos de desconstrução da família estão arvorados e resguardados por um partido que defende tudo que é anti-critão”.
Contexto:
O curso em questão, que protagonizou essa troca de acusações é ministrado pelo terapeuta Daniel Bittar, de 31 anos. De acordo com uma matéria publicada pelo UOL, o curso consiste eu numa série de atividades em grupo, que visam descontruir a “ideia do macho-alfa” e estimulam a auto aceitação e empatia. Algumas dessas atividades são feitas com os homens nus, porém, de acordo com a reportagem não há práticas sexuais. Ao criticas o curso, Vandinho disse que iria fazer um projeto de lei para proibir que cursos similares sejam ministrados nos Espírito Santo.