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Ativistas criticam regra que desmonta a licença ambiental

Impacto da terraplanagem para o Contorno de Jacaraípe: proposta pode afrouxar licenças para obras como esta no Brasil. Foto: Arquivo TN Fabrício Ribeiro

Renato Ribeiro

Enquanto as atenções nas últimas semanas estavam voltadas para a crise política que culminou com o afastamento da presidente Dilma Roussef (PT) na última quinta-feira (11), a Comissão de Constituição e Justiça do Senado aprovou a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) número 65/2012, que reduz o licenciamento ambiental para obras de infraestrutura a apresentação de estudos e impede a paralisação de obras mesmo que exigências não estejam sendo cumpridas.

A proposta de autoria do Senador Acir Gurgacz (PDT-RO), estabelece que a simples apresentação de um Estudo Impacto Ambiental (EIA) pelo empreendedor, já é suficiente para iniciar as obras. Isso sem audiências públicas para consulta e informação das comunidades afetadas. A justificativa é de que isto irá garantir velocidade e economia de recursos às obras. Mas enfrenta críticas de ativistas e profissionais dos órgãos ambientais.

Para o ambientalista da ong Grupo de Proteção Ambiental Mestre Álvaro (GPAMA), Rodrigo Roger, se aprovada a regra será um retrocesso. “A justificativa é uma mera desculpa, para favorecimento das grandes empreiteiras e construtoras financiadoras das campanhas políticas. Para o município da Serra, pode representar o fim de grandes Áreas de Proteção Ambiental”, completou.

Articulador da criação das reservas ambientais do Goiapaba-açu entre Fundão e Santa Teresa e atualmente servidor da Secretaria de Meio Ambiente de Vitória (Semmam), Fernando Pratti, vê preocupação a possibilidade de aprovação da PEC. “É um desrespeito num momento como esses para o país, passar as escuras um processo tão importante sem o debate com os órgãos ambientais e com a sociedade civil interessada. O modelo de licenciamento hoje existente pode sim ser revisto, mas extingui-lo com essa proposta, será trágico para o meio ambiente”, alertou.

Uma enquete foi aberta pelo site do senado  e internautas podem analisar a proposta. Até o momento, a PEC recebeu 14.719 votos contrários e apenas 124 votos favoráveis dos internautas.

Para se tornar emenda, a PEC precisa ser aprovada pelo Senado e pela Câmara Federal em dois turnos, com, no mínimo, três quintos de votos favoráveis dos parlamentares, não cabendo veto da presidência da república.

Ana Paula Bonelli

Moradora da Serra, Ana Paula Bonelli é repórter do Tempo Novo há 25 anos. Atualmente, a jornalista escreve para diversas editorias do portal.

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