Conceição Nascimento
As mudanças propostas no sistema eleitoral que tramitam no Congresso, estão preocupando lideranças capixabas da Rede, partido que abriga Audifax Barcelos, prefeito da Serra, maior cidade no ES em número de votantes. Entre as mudanças, está o “distritão”, onde elegem-se os mais votados, limitando os movimentos de siglas menores, além de criar uma cláusula de barreira, que prevê um coeficiente mínimo de deputados federais a ser atingido pelos partidos.
A Rede/ES vinha tentando articular algumas filiações de peso, no sentido de se fortalecer para as eleições de 2018. É o caso dos deputados estaduais Da Vitória (PDT) e Sérgio Mageski (PSDB). Porém, as mudanças propostas podem impactar no diretamente na Rede, que ainda carece de quantitativo de mandatários.
Na opinião do prefeito Audifax Barcelos, a atual proposta beneficia políticos implicados em processo por corrupção. “É uma manobra de uma maioria de parlamentares processados por corrupção para tentar se reelegerem. O distritão favorece o personalismo na política e cláusula de barreiras pode impedir a continuidade dos partidos sérios, com propostas reais para o país. Os maiores envolvidos nos escândalos são os grandes partidos. A Rede vem com bons nomes, com posicionamento ético, força moral capaz de mudar a situação política do estado e do país, exemplo é o nosso nome nacional, Marina Silva”, dispara o prefeito.
O deputado estadual da Rede, Marcos Bruno, também faz críticas ao sistema de “distritão”. “Estamos apreensivos e acompanhando a posição de outros partidos, como PDT, PHS, PPS, que entendem que este modelo eleitoral, o distritão, favorece políticos com mais recall, mais conhecidos e com mais recursos. A reforma impede a ascensão de novos políticos e a Rede acaba sendo prejudicada, por ser um partido novo. Sobre a cláusula de barreira, os partidos que não alcançarem esta meta, na teoria, deixariam de existir. Temos feito um esforço coletivo para alcançar estas metas, caso seja aprovada a Lei” disse.