Interferência na licitação da PPP do lixo e em favor de uma empresa. Esses são os motivos elencados por Audifax Barcelos (Rede) para a deflagração da crise institucional envolvendo o chefe do Poder Executivo e a Câmara de Vereadores sob controle de Rodrigo Caldeira (Rede). Audifax acusa Caldeira de arquitetar uma manobra política para cassá-lo e tomar o controle da Prefeitura da Serra e menciona uma organização criminosa na Câmara.
O prefeito ainda denuncia o que chama de “crime organizado na Presidência da Câmara”. De acordo com ele, já foram apresentadas as denúncias necessárias para os órgãos competentes. As afirmações foram dadas em uma coletiva de imprensa realizada na tarde desta terça-feira (2).
Segundo Audifax, toda a movimentação dos vereadores para instaurar oito comissões processantes para investigar denúncias de irregularidades fiscais surgiu após ele negar um pedido de interferência feita pelo atual presidente da Câmara diretamente ao prefeito no processo de licitação da Parceria Público-Privada de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos, conhecida como PPP do Lixo. “Aconteceu essa semana uma tentativa de golpe para cassar o prefeito eleito democraticamente. Isso tudo por insatisfação pontual do presidente da Câmara, onde fez alguns pedidos obscuros e eu não aceitei”, disse Audifax
O prefeito ainda esclareceu que o principal pedido por parte de Caldeira era a interferência no processo licitatório da PPP do Lixo. “Um dos pedidos é a interferência dele no processo da licitação da PPP do Lixo, eu não permiti isso e eles fizeram liderados por ele uma mudança no projeto de lei para que ele tenha interferência nisso, eu não aceitei e anulei”.
O prefeito acrescentou que, além disso, Caldeira pediu para que a prefeitura efetuasse pagamentos para uma empresa cujo nome não foi revelado. “Fruto dessa insatisfação eles prontamente tentaram dar esse golpe. Graças a Deus a Justiça no dia de ontem eliminou todo esse risco”, explicou.
Audifax também utilizou a coletiva de imprensa para afirmar que existe um crime organizado na Presidência da Câmara e que já realizou denúncias aos órgãos competentes. Ao falar sobre essas denúncias, o prefeito cita somente o nome do vereador Rodrigo Caldeira.
“Têm indícios de um crime organizado na Presidência da Câmara da Serra. Nós já conhecemos essa história no Espírito Santo algumas décadas atrás. Eu entreguei o organograma para os órgãos apurarem o que estou falando a vocês. Eu não vou nomear ninguém aqui. Eu já fiz para os órgãos de controle e os órgãos de policia do Estado do Espírito Santo”, afirmou.
O chefe do Executivo afirmou ainda que o plano de Caldeira era tirar também a vice-prefeita, Márcia Lamas (PSB) e assim assumir o controle da Prefeitura da Serra. “Eu acredito que a minha vice-prefeita não está envolvida com isso. O projeto deles, depois de cassar o prefeito eleito democraticamente e sem nenhum embasamento, é cassar ela também. Isso é um verdadeiro golpe”, denuncia.
A reportagem procurou a assessoria de imprensa da Câmara para se posicionar sobre os conteúdos relacionados à Casa. E foi informada de que nesta quarta-feira (3), às 9h30, haverá um esclarecimento público sobre o assunto. A equipe do Tempo Novo estará presente, e o resultado desta coletiva será publicado aqui.
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